O processo de alimentação na infância nem sempre é algo que ocorre de maneira tranquila. Cada vez mais nos deparamos na clínica com famílias preocupadas com dificuldades relacionadas à alimentação, vividas principalmente no momento da troca do “mama” pelas primeiras papinhas, e o que era para ser uma fase agradável de mudança acabava se tornando um grande problema.

                Alimentação é muito mais do que o simples ato de comer, e quando se trata de crianças esse momento tem ainda mais significado!

Alimentação é um processo de aprendizado baseado em EXPERIÊNCIAS!

E é sobre isso que vamos falar: será que estamos promovendo experiências agradáveis e ricas para nossos pequenos nos momentos de oferecer as primeiras frutinhas? Será que eles se sentem seguros quando expostos a algo novo em contato direto com o paladar? Muitas vezes as informações oferecidas são rápidas e muito invasivas, gerando um comportamento de defesa por parte da criança, iniciando a tão temida fase da recusa alimentar.

Mas será que conseguimos dar pistas para as crianças sobre os alimentos e deixá-las mais a vontade no momento da alimentação? A sugestão é que os pais apresentem os alimentos desde muito cedo, antes mesmo de ofertar para criança, que estimulem o manuseio, o contato direto com as texturas, os cheios e as cores… para que ela se familiarize com esse universo de informações sensorial vindas do alimento antes mesmo dele chegar até a sua boca.

O prazer é algo que está diretamente envolvido no processo de alimentação. Relembre aqui nosso texto sobre atividades fáceis para realizar em casa e favorecer uma boa relação com os alimentos.

Explore esse universo, deixe seu filho se sentir a vontade e crie um ambiente de confiança e segurança para a alimentação! Lembramos que forçar a criança a comer gera experiências negativas, ou seja, aumenta o padrão de recusa.

Que tal aproveitar esse restinho de férias para deixar as crianças brincarem e se sujarem com os alimentos??? Podemos começar com as frutas! Deixe que a criança tente tirar a casca, aperte, sinta a textura, suje pés e mãos… tudo isso em um momento a parte da alimentação, nesse momento o objetivo é CONHECER, EXPLORAR e BRINCAR!

Vale lembrar que no caso de crianças com quadros de recusa (que dificultam os momentos de alimentação) ou aversão alimentar (as crianças que impedem e realmente não aceitam alimentação) as famílias devem buscar avaliação com um profissional capacitado para receberem orientações e a intervenção necessária. Em breve faremos uma nova publicação falando especificamente sobre a diferença de recusa, aversão e alterações especificam de deglutição.

 

Jéssica Batista

Fonoaudióloga Clínica

CRFa 3R/10287

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