Não é raro ouvir de alguns profissionais que “os pais atrapalham” o processo terapêutico de seus pequenos. É bem verdade que as crianças tendem a intensificar sentimentos bons e ruins diante de pessoas com quem possuem laços afetivos consistentes. Mas essa postura de julgamento sempre me inquietou. Como dizer que uma mãe não quer o melhor desenvolvimento para os seus?

Refletindo intensamente sobre a relação entre pais e profissionais, aos poucos fui compreendendo que, na verdade, em boa parte dos casos essa relação é truncada.

Ora, se todo profissional deseja o êxito do tratamento dos seus pacientes e se todo familiar deseja o melhor para o seu filho(a), nada pode dar errado, certo? Errado!

Algumas decisões e observações desde a escolha do profissional até o seguimento das orientações fornecidas podem fazer essa “parceria” fracassar. Confira.

  • A primeira coisa a se considerar é o fato de que existem inúmeras linhas de trabalho relacionadas o desenvolvimento infantil. Procure se certificar de que o profissional possui a formação e o método de trabalho desejado. Caso isso não aconteça, você poderá se deparar com situações desagradáveis ao longo do caminho por conflito de opiniões.
  • Em seguida, é muito importante que você conheça as regras de convivência e de trabalho que o profissional ou estabelecimento escolhido seguem. Afinal, é bastante chato você admirar o serviço de um profissional e ter de encerrar um processo terapêutico por não concordar com questões administrativas, não é mesmo?
  • Seja extremamente claro sobre o que você espera do profissional e do tratamento. Agindo desta forma, o profissional terá a oportunidade de lhe expor se sua expectativa condiz com a realidade.
  • Nenhuma dúvida é vã! Utilize com primor o tempo de convívio com os profissionais que acompanham a saúde e a educação de seu filho(a).
  • Solicite dicas e estratégias para serem utilizadas em casa e na escola. Nenhum processo terapêutico se faz somente dentro do consultório.
  • Se o profissional lhe passar demandas que você sabe que não conseguirá cumprir, exponha sua dinâmica, para que juntos vocês possam planejar a melhor estratégia.
  • É relevante compreender o motivo pelo qual o profissional fez determinada orientação. Somente quando estamos muito certos do que estamos fazendo é que conseguimos manter o equilíbrio entre o que é desejado e o que é preciso ser feito, assim como entre o sentimento de amor pelos filhos e a autoridade assertiva.

Essas pequenas considerações irão assegurar uma relação profissional-família tranquila e clara. Além da segurança que uma relação assim traz, você irá observar que os resultados do tratamento de seu filho(a) serão muito mais promissores.

Até breve,

Tatiane Moraes Garcez

 Fonoaudióloga Clínica

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.