A hiperlexia caracteriza-se pelo desenvolvimento precoce e espontâneo de habilidades de leitura, sem que a criança tenha sido exposta à nenhuma instrução formal. Desde muito cedo, a criança é capaz de reconhecer letras, números e palavras.

Para o senso comum, muitas vezes a Hiperlexia é vista como uma habilidade que reflete um desempenho cognitivo superior à média. No entanto, ao avaliar a criança é possível observar que, as habilidades de leitura desenvolvidas são discrepantes das habilidades sociais e comunicativas. Além disso, outra característica marcante é a dificuldade de compreender aquilo que se lê.

Ainda há muitas coisas desconhecidas pela ciência sobre a Hiperlexia. Algumas hipóteses sobre a causa do quadro voltam-se para condutas obsessivas, boa percepção e memória visual.

Segundo a Associação Americana de Hiperlexia (American Association of Hiperlexia), uma criança pode ser considerada hiperléxica quando apresentar:

  • Habilidades precoces de leitura;
  • Intensa fascinação por letras e números;
  • Dificuldades nas habilidades sociais e interativas com pessoas;
  • Significativa dificuldade para compreender a linguagem falada.

Outros estudos na literatura apontam para características mais específicas, como:

  • Déficit na linguagem expressiva;
  • Excelente memória;
  • Atraso no desenvolvimento de habilidades linguísticas;
  • Presença de ecolalia e perseverações;
  • Prejuízo importante na recepção da informação e compreensão verbal;
  • Atenção pobre para a faixa etária.

Existe uma forte relação entre Transtorno do Espectro Autista e Hiperlexia, porém, cabe esclarecer que ela não está presente em todos os quadros de TEA, bem como não é verdade que todos os hiperléxicos estão dentro do espectro. Devido a isto, é muito importante que os profissionais que atuam com o desenvolvimento infantil estejam atentos para esta possibilidade e, em conjunto, realizem o diagnóstico diferencial.

 

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