Você já parou para pensar que o seu comportamento depende de um reforçador para ser mantido? Reforçador? Sim, isso mesmo!!!
Ah, já imaginou que aprender mais sobre reforçadores poderá ajudá-los a “modelar” o comportamento de outra pessoa ou até mesmo os seus?
Em consultórios, através da fala dos terapeutas comportamentais e até mesmo de alguns pais, onde o assunto principal é o comportamento humano, mais especificamente o infantil, escuta-se o tempo todo: “Cuidado para não reforçar o comportamento”, “O comportamento dele foi reforçado”, “Ela está agindo assim porque vocês estão reforçando o seu comportamento”.
Comentários como esses são frequentemente utilizados para chamar a atenção ou como uma ferramenta de orientação por parte dos profissionais que estão envolvidos em um contexto onde o foco é o excesso ou déficit comportamental.
Mas o que isso realmente significa?
Significa que o reforço é uma consequência adicional que ocorre após o comportamento e que aumenta a probabilidade de que o comportamento irá ocorrer novamente no futuro. Através da consequência reforçadora, podemos introduzir um novo comportamento no repertório comportamental de um indivíduo (quando há déficit) ou extinguir quando há excesso.
Eventos antecedentes (estímulos), o próprio comportamento como resposta a esses eventos e as consequências (reforçadores) são bases para a análise comportamental.
Para entendermos melhor, vamos a exemplos reais:
- Você apresenta uma ideia inovadora para os gestores do seu local de trabalho. Seu chefe, por consequência da sua ação, resolve lhe dar um bônus salarial. O reforço positivo, ou seja, o bônus, faz com que seja mais provável que o seu comportamento ocorra novamente no futuro. Certo?
- Durante o ensaio de uma apresentação de dança, uma bailarina faz uma excelente coreografia, em seguida, seu professor a elogia: “Ótimo trabalho”! Nesse caso, o retorno do professor é um reforçador que, provavelmente, ajudará a manter o comportamento da bailarina.
- Outro exemplo mais frequente e comum de pais que têm filhos pequenos: Quando uma criança se comporta mal em uma loja, alguns pais podem dar-lhes atenção extra ou até mesmo comprar para a criança um brinquedo para interromper possível crise ou birra. As crianças aprendem rapidamente que, agindo assim, elas podem ganhar a atenção do pai ou mesmo adquirir objetos que elas desejam. Os pais estão reforçando um comportamento inadequado, que provavelmente irá se repetir futuramente. O ideal é que comportamentos assertivos sejam reforçados positivamente.
Bom! Falamos até agora de exemplos de como modelar o comportamento de outras pessoas. Se mantermos a mesma lógica, seria possível modelar os nossos próprios comportamentos? Pensei muito sobre isso e consegui relacionar algumas informações que me fizeram acreditar que sim, que conseguimos modelar e mudar nossas próprias ações.
Exemplo:
Um item da minha listinha de resoluções para 2020 é fazer uma viagem. Para concretizar esse desejo, preciso de dinheiro. Não é mesmo? Trabalho = dinheiro. Ao receber o meu salário (estímulo antecedente), meu comportamento é o de depositar uma parte (comportamento após receber o estímulo) desse dinheiro em uma conta com a intenção de guardar para realizar a viagem, pois o reforçador é… A VIAGEM.
Concordam?
Desta forma, seria possível pensar em uma LISTA DE REFORÇADORES para 2020, não é mesmo? Quais seriam os seus reforços positivos para o Ano Novo?
Até breve,
Mauren Zenni Klein
Psicóloga