Entende-se por função executiva uma série de habilidades que nos permite processar as informações e gerenciar o que acontece ao nosso redor através do desenvolvimento do  autocontrole (controle inibitório), construindo um pensamento de forma a minimizar o ensaio-erro, equilibrando nossas emoções e planejando nossas ações para que  possamos verificar com análise o produto final.

As funções executivas de base são:

controle inibitório: para que nossas tarefas do dia a dia sejam bem executadas, precisamos desenvolver a capacidade de agir com menor impulso possível, mantendo a atenção, analisando a tarefa que precisamos realizar, planejando as ações.

memória de trabalho: é uma importante função mental que permite com que informações fiquem armazenadas em nossa mente por um determinado tempo para que possamos fazer link com outras informações necessárias para execução de uma tarefa. As informações que não são significativas e que estão na memória de trabalho logo se perderão, já as que fizeram link com outras informações criando novas redes neuronais, serão armazenadas na memória de longa duração.

flexibilidade cognitiva: no nosso dia a dia diferentes tarefas e exigências nos são apresentadas, para tanto precisamos sempre remodelar nossa forma de pensar para reorganizar nosso pensamento com clareza e criatividade sem que isso nos faça perder muito tempo ou nos leve ao estresse, isso é flexibilidade cognitiva.

Ainda há as funções mais altas que se referem à inteligência fluída, raciocínio lógico e planejamento.

Pensando nas nossas crianças em idade escolar venho percebendo e recebendo algumas indagações de pais e professores no sentido de que as mesmas estão muito aceleradas, impulsivas e às vezes não conseguem resolver uma atividade que aparentemente faz parte do contexto acadêmico  porque em alguns momentos a forma de apresentação estava diferente.

O universo tecnológico no qual as crianças estão envolvidas atualmente faz com que tudo aconteça muito rápido, muitas vezes não levando a criança a fazer análise da atividade que está realizando, o que ela fez de errado logo volta para o lugar sem que ela perceba seu “erro”. Não há frustração, não há análise.

Essa forma de executar as tarefas do dia a dia tem dificultado o desenvolvimento cognitivo e relacional das crianças que em muitos casos apresentam sintomas de hiperatividade e isolamento social por dificuldade de interação e escuta ao outro.

Todas as habilidades que fazem parte das funções executivas servem para trabalhar no indivíduo o COMANDO e o CONTROLE estando diretamente relacionados aos comportamentos auto-organizados e voluntários.

Os aspectos maturacionais relacionados ao desenvolvimento de redes neuronais e aspectos ambientais são os responsáveis pelo desenvolvimento pleno das funções executivas, por isso a importância de se fazer ações interventivas levando ao pleno desenvolvimento do indivíduo.  Buscar estimular os processos cognitivos para impulsiona-los e potencializá-los, ajuda a melhorar a autonomia e facilitam o controle do comportamento e da metacognição.

Investir no desenvolvimento das funções executivas tem impacto na vida social, afetiva e intelectual desde a pequena infância até a vida adulta.

Até a próxima semana

Fabiane Klann Baptistoti – Fonoaudióloga Clínica

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