– Qual a melhor escola?  

– Será que meu filho se adaptará a nova escola?

– Será que meu filho irá se adaptar a nova turma, a nova professora?

– Será que conseguirá enfrentar os novos desafios da idade?

– Será que deveríamos optar pelo período integral?

Essas e tantas outras são dúvidas muito comuns entre os pais com filhos em idade escolar. Todavia, são perguntas que não possuem respostas “prontas” e que precisam considerar a dinâmica familiar e o contexto social da criança.

O início do ano letivo pode ser um momento angustiante por conta não só das incertezas sobre o futuro, mas também por conta de experiências prévias negativas, em que os filhos tiveram adaptações tumultuadas.

Temos sempre que partir do princípio que cada criança é uma criança e que ela poderá agir e reagir diferente de um ano para o outro.

Ninguém nasce pronto para enfrentar os desafios aos quais somos expostos diariamente. Esses desafios geram sentimentos de angústia, medo e insegurança, e a criança poderá expressar esses sentimentos na forma de choro, precisando muitas vezes de colo e aconchego.

O tão falado período de adaptação requer que a criança consiga descolar-se do seio familiar e permitir-se ir ao encontro do novo: novo espaço, novas pessoas, novas regras e novos amigos. Para que esse período chamado ADAPTAÇÃO possa acontecer da melhor maneira possível o principal requisito diz respeito à confiança que os pais depositam na escola, no projeto pedagógico da instituição e nos profissionais que lá se encontram. Se os pais sentem-se seguros e confiantes, conseguem transmitir isso aos filhos, amenizando o sofrimento deste ao ser deixado nesse novo ambiente.

Durante a adaptação é válido levar a criança antes do início das aulas para que ela se ambiente com o novo espaço e as novas pessoas, conversar com a criança sobre esse o que está por vir, para que a criança não crie uma expectativa fantasiosa e se frustre. Fazer com que a criança participe da organização da mochila, da disposição do uniforme e do lanche também pode ser uma estratégia interessante para fazer com que ela se sinta membro efetivo desse processo mudança.

É importante que tanto os pais como os professores estejam atentos à motivação da criança e ao seu comportamento, identificando se há sofrimento. O período de adaptação é particular e pode durar de um dia a um mês. Nesse período, pais e escola podem entrar em acordo sobre a dinâmica de adaptação. Normalmente, são oferecidas duas possibilidades:

– Os pais ficam parte do período na escola, não necessariamente na sala com a criança. Podem ficar em outro espaço da escola, somente como forma de estar mais perto caso haja necessidade de um aconchego ou resolução de conflitos.

– Os pais não ficam na escola, mas buscam a criança mais cedo, deixando essa ficar na escola por um espaço de tempo maior a cada dia.Certamente é um período que exige de todos os envolvidos muita paciência e persistência, pois para o crescimento emocional e cognitivo é necessário passarmos por novos desafios. É saudável expor a criança a isso com segurança. Aos poucos ela irá reconhecendo-se como parte integrante desse novo espaço, irá criar seus novos parceiros de atividades e adquirirá confiança no adulto que está com ela a lhe conduzir.

A vida escolar é cheia de benefícios não somente pensando no processo de aprendizagem acadêmica, mas acima de tudo pensando na construção de um cidadão preparado para os novos desafios da vida em sociedade.

E a dica preciosa aos pais é “Curtam esse momento!”. Chegou a hora de dar asas aos seus pequenos e vê-los crescer. Aprender deve ser  motivo de muita felicidade!

Bom início de ano letivo para todos! 

Fabiane Klann Baptistoti Sá – Fonoaudióloga Clínica

 

 

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