Esse é um grande dilema enfrentado pela maioria das famílias nesse início de ano letivo e um questionamento comum da grande maioria das famílias que eu atendo. Sabemos que as duas decisões pesam e ambas as opções geram consequências.
A possibilidade de retorno das aulas presenciais acaba gerando medo, incertezas e alguns transtornos com os rodízios que já estão previstos, como uma semana presencial e outra de aulas remotas, 3 dias na semana presenciais e 2 dias de aulas remotas . A opção de não retorno às aulas presenciais também gera medo, incertezas e transtornos com mais tempo de aulas remotas, dificuldade dos pais em estarem disponíveis para mediação no momento da aula, a falta de socialização com outras crianças, etc.
Sabemos que o cenário que vivenciamos (e ainda vivemos) irá trazer muitos prejuízos para a humanidade. No quesito aprendizagem e desenvolvimento infantil podemos listar inúmeras defasagens, tanto na saúde mental, quanto no desenvolvimento pedagógico. Assim, é importante refletirmos sobre o que é importante e melhor para cada contexto e, desta maneira, poder ajudar nossas crianças.
Listo aqui algumas defasagens:
- Aumento da ansiedade, medo e pânico, devido a falta de previsibilidade e rotina;
- Excesso de uso de eletrônicos;
- Falta de estimulação significativa em casa;
- Defasagem em alguns aprendizados e habilidades, devido a falta de socialização com crianças da mesma faixa etária;
- Defasagem de autonomia, organização e planejamento;
- Entre outros (alguns pontos muito incertos ainda)
Como decidir?
Você deve tomar esta decisão usando a coerência e pensando na sua rotina familiar. Algumas das perguntas que você deve se fazer é: Estou saindo de casa para outras atividades?, Quais os impactos da pandemia no desenvolvimento e aprendizagem?, Eu tenho condições de manter uma rotina organizada e tenho disponibilidade para continuar no ensino remoto? A partir das suas respostas você conseguirá avaliar e decidir o que se encaixa melhor a sua realidade.
Não existe uma resposta correta. O segredo é manter o foco na coerência e não na perfeição.
As crianças aprenderam com os estudos remotos, precisaram aprender a se posicionar em meio às outras fontes de informações, muito além das próprias apostilas e livros didáticos. As crianças não serão mais as mesmas e muitas vão se revelar, mostrando-se mais críticas e mais informadas. O ensino híbrido é a junção do ensino tradicional com o uso da tecnologia, pensando em novas formas de aprendizagens.
Sendo assim, acredito que esse recomeçar deva ser feito com muita cautela, para que as crianças e famílias não se sintam obrigadas a estarem em um ambiente que não se sintam seguras.
É um começo de um ano letivo cheio de dilemas para serem enfrentados. Nesse sentido, é de extrema importância o acolhimento, empatia e orientação de nós profissionais para auxiliar nesse momento e assim conduzir as famílias e crianças de maneira significativa.
Desejo um bom retorno (presencial ou remoto) a todos e um ótimo ano letivo, cheio de aprendizados!
Palavras-chaves: Volta às aulas – ensino remoto – rotina familiar – aprendizado
Até a próxima,
Fernanda Andrade dos Santos
Neuropsicopedagoga