A laringe é uma estrutura situada na região do pescoço que exerce as funções de respiração, fonação e proteção das vias aéreas. É na laringe que se situam as pregas vocais. Quando engolimos a laringe protege as vias aéreas, impedindo a entrada de alimentos nos pulmões.

Durante a inspiração as pregas vocais se abrem para permitir a passagem de ar e os músculos do abdômen se expandem. Na expiração acontece o contato e vibração das pregas vocais com a passagem do ar. O som produzido neste momento é transformado em palavras, tal qual ouvimos, por articuladores fonoarticulatórios, como a boca, faringe e cavidades ósseas da face.

Pode-se notar que voz e respiração estão intimamente ligadas. Quando não existe adequada coordenação entre essas duas funções, podemos realizar produção vocal com esforço, necessitar de pausas respiratórias, sentir a boca seca, articular imprecisamente as palavras, etc.

A respiração adequada para fala deve acontecer pelo nariz, que filtra, umidifica e aquece o ar inspirado. Além disso, o ar inspirado deve concentrar-se na região abdominal e não na região peitoral.

A voz faz parte de nossa identidade e é capaz de transmitir o sentimento do falante, isto é, ela pode passar a sensação de fragilidade, tensão, medo, cansaço ou alegria, por exemplo.

Psicodinâmica vocal é o termo que diz respeito ao padrão vocal de uma pessoa. Refere-se ao tipo ou característica da voz, ao perfil que nos permite reconhecer uma pessoa pela voz, bem como aos efeitos que determinada voz pode causar em quem está ouvindo.

O indivíduo que possui a voz como instrumento de trabalho, como por exemplo os professores, necessita de um conhecimento e controle diferenciado sobre suas características vocais, a fim de utilizá-las a seu favor quando desejar e não possibilitar que se evidenciem outras características desnecessárias ou incoerentes com a situação.

Disfonia é toda e qualquer perturbação na qualidade vocal. Considera-se saudável a voz que é emitida forte o suficiente para ser ouvida, numa intensidade adequada ao ambiente; produzida sem esforço ou cansaço, representando o indivíduo quanto à sua idade e gênero.

As disfonias são classificadas em três grupos: funcionais, orgânicas e organo-funcionais.

  • As disfonias funcionais (primárias) são alterações causadas basicamente por uso inadequado da voz ou ainda por inadaptações e questões psicogênicas;
  • As disfonias orgânicas (secundárias) são as alterações vocais que derivam de um problema anatômico, por exemplo, que indepente do modo de emissão;
  • Já as disfonias organo-funcionais são os casos em que o uso inadequado da voz gera uma lesão nas estruturas envolvidas na produção vocal.

No caso dos professores, especificamente, o tipo de disfonia mais frequente é a disfonia organo-funcional por se tratar de uma lesão benigna secundária ao uso inadequado ou exaustivo da voz.

Confira os principais sinais clínicos de alteração vocal:

  • Falhas na voz durante as emissões;
  • Voz pior no final do dia ou da semana;
  • Cansaço vocal;
  • Dor ou tensão na região do pescoço;
  • Mudanças na característica vocal;
  • Pigarro e tosses constantes;
  • Ardência na “garganta”;
  • Sensação de corpo estranho ou de “algo parado” na garganta, entre outros.

Se você apresentar algum ou alguns desses sintomas por mais de 15 dias, procure um médico otorrinolaringologista, para realizar avaliação do quadro e receber as primeiras orientações, assim como um profissional Fonoaudiólogo.

Não deixe para depois! Um pequeno desconforto pode transformar-se em uma disfonia capaz de afastar você de suas atividades profissionais e de alterar sua qualidade de vida.

 

Até breve,

Tatiane Moraes Garcez – Fonoaudióloga Clínica

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