O aspecto nutricional é de extrema importância no desenvolvimento e manutenção da massa óssea, na prevenção de doenças e no adequado crescimento da criança. Um dos componentes dietéticos de grande importância para o tecido ósseo é o cálcio. Hoje falaremos sobre ele.
Para uma garantida absorção do cálcio, precisamos do auxílio de outro micronutriente, a vitamina D. Veremos, ao decorrer do texto, como acontece a relação entre estes dois nutriente.
A necessidade da ingestão do cálcio na dieta tem despertado a atenção de inúmeras pesquisas. O cálcio é um nutriente essencial necessário em funções biológicas como a contração muscular, a coagulação sanguínea e o suporte estrutural do esqueleto, como dito em posts anteriores.
Para elevar o consumo de cálcio entre as crianças, diversas estratégias têm sido propostas, com o objetivo de evitar a deficiência dessa substância e minimizar os danos que ela pode causar. O cálcio é obtido a partir de uma ingestão de alimentos como produtos lácteos, alimentos fortificados, gergelim, tofu ou também através de suplementos.
Para garantir a absorção adequada de cálcio no organismo, tem-se empregado a complementação deste mineral associado à vitamina D, a fim de evitar problemas no crescimento e desenvolvimento, prevenção de fraturas ou de patologias como osteopenia e osteoporose.
Esta vitamina é bastante conhecida pela sua função no desenvolvimento e na manutenção do tecido ósseo. Atualmente, a deficiência de vitamina D tem sido considerada um problema de saúde pública no mundo todo, em razão de suas implicações no desenvolvimento de diversas doenças, como a osteoporose. A explicação disto é porque o pico de massa óssea de um indivíduo acontece na adolescência, ou seja, a alimentação e outros hábitos de vida na infância implicam diretamente na prevenção de patologias na vida adulta.
A vitamina D tem classificação lipossolúvel, ou seja, necessita de gordura para serem absorvidas. Existem duas formas: A vitamina D2 provitamina encontrada em alimentos de origem vegetal e a vitamina D3 ou colecalcoferol, encontrada em alimentos de origem animal e também sintetizada na pele pela ação da luz solar. A exposição solar proporciona a metabolização da vitamina D, que por sua vez, ajuda na absorção do cálcio, sendo que, deficiência desta vitamina afeta diretamente a absorção do mineral no organismo. A exposição solar é responsável por 80% a 90% dos estoques de vitamina D em nosso organismo.
Significativa fração da população mundial apresenta níveis de vitamina D insuficiente. Isso tem originado políticas de suplementação da indústria alimentar (por exemplo, suplementar laticínios ou sucos com esta vitamina) ou mesmo suplementação oral em grupos de risco.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), esta vasta baixa de vitamina D decorre da ingestão insuficiente e, principalmente, dos hábitos de lazer e de trabalho em ambientes abrigados da proteção solar, característicos da sociedade moderna que não se expõe ao sol no seu cotidiano. De acordo com a SBD a exposição solar segura e adequada é antes das 10h00 e após as 16h00.
A consolidação e a formação dos hábitos alimentares ocorrem na infância, justificando a importância da educação nutricional ser investida desde cedo, visando à promoção da saúde e a prevenção de diversas Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) na fase adulta. No entanto, pode-se considerar que quanto mais cedo se instala hábitos alimentares corretos, a probabilidade de permanecerem na vida adulta são maiores.
Além de papel essencial no metabolismo do cálcio, estudos mais recentes têm feito uma forte correlação entre os níveis adequados de vitamina D e depressão, mas, este é um assunto para o próximo post.
Até breve,
Elisa de Espíndola
Nutricionista