A alimentação da criança inicia-se já durante a gestação, com o padrão alimentar materno. Logo após o nascimento, durante a fase de lactação, a alimentação da mãe também pode contribuir para a construção do paladar da criança, pois possibilita através do leite materno o reconhecimento de sabores. Este período irá influenciar as preferências e os hábitos alimentares durante a infância e a vida adulta, mostrando a importância que os pais, desde cedo, desempenham na construção dos hábitos alimentares dos filhos.
A demanda nutricional do bebê é prontamente atendida pelo aleitamento materno exclusivo ou por fórmula láctea até os seis meses de vida. A partir desta idade torna-se necessária a introdução da alimentação complementar, visando o fornecimento de energia, proteínas, vitaminas e minerais. Além da criança ter os seis meses de vida completos, considerando a idade corrigida se for o caso, também será necessário a aquisição dos sinais de prontidão, como por exemplo, sentar-se com pouco apoio, boa relação mão boca, atenção ao ver adultos se alimentando e diminuição da protrusão de língua. Após um profissional avaliar estes sinais, é hora de escolher qual será o melhor método, para família e para o bebê. São três os métodos mais conhecidos: BLW, tradicional e participativo e hoje falaremos sobre eles neste post.
Antes de tudo é importante entender que, nessa fase, a alimentação é uma experiência nova para o bebê. Tudo que ele sabe até aqui é que para se sentir saciado é necessário realizar a sucção do leite, sendo materno ou de fórmula. A partir dos seis meses de vida a alimentação se torna complementar ao leite, até que o bebê esteja pronto para que a alimentação seja a base e o leite o complemento. Espera-se que isto aconteça com 12 meses de vida, no entanto, precisamos ter paciência e persistência durante o processo.
MÉTODO BABY-LED WEANING (BLW): Baby-led Weaning, mais conhecido como BLW, é um dos métodos de introdução alimentar desenvolvido pela britânica Gill Rapley, no qual trata-se de estimular a autonomia do bebê, despertando o interesse das crianças pela comida. Este método estimula a criança de forma sensorial, pois, ela irá segurar os alimentos em cortes grandes e seguros com as mãos, sendo responsável pela quantidade de comida que irá ingerir, no entanto, o enfoque não é a quantidade que o bebê come, mas que os alimentos consumidos sejam coloridos, com qualidade nutricional e que despertem o interesse e curiosidade pela comida. No BLW a comida é ofertada na sua forma mais natural, em pedaços, tirinhas, fatias, bolinhos, para que o bebê possa comer sozinho e que ele tenha a oportunidade de sentir os diferentes sabores um de cada vez e não todos misturados.
MÉTODO TRADICIONAL: Neste método a alimentação será ofertada para o bebê por intermédio de um cuidador com a colher. As preparações são mais amassadas, mas, não devem ser liquidificadas ou peneiradas. Mesmo que seja ofertada de forma mais homogênea, o ideal é que os alimentos sejam ofertados separados e não todos misturados em um único prato.
MÉTODO PARTICIPATIVO: Neste método ocorre uma mistura do método tradicional e do método BLW, tendo como objetivo também o respeito à autonomia da criança . Na prática, consiste em oferecer alguns alimentos com a colher e outros em pedaços para comer com a mão, por exemplo, no almoço selecionar o brócolis ou a carne para segurar enquanto o restante da alimentação será ofertada com a colher. Algumas vantagens deste método são: ter maior noção quantitativa do que o bebê consome, facilitar o preparo dos alimentos, otimizar o tempo da refeição e permitir que o consumo dos alimentos seja da mesma forma da dos adultos da casa.
Todos os métodos têm suas vantagens e desvantagens, no entanto, independente da escolha familiar, este assunto deve ser discutido com um nutricionista infantil, para que seja adequada a cada criança e esteja de acordo com a realidade da família. O mais importante na escolha do método é respeitar a essência da introdução alimentar e por isso, é importante esclarecer as expectativas dos pais e permitir que esse momento aconteça de forma leve e natural, respeitando os limites de cada criança.
Abraços,