Entre os principais motivos pelo qual uma família procura um fonoaudiólogo para uma criança pequena é com certeza quando ela não fala na idade esperada ou quando ela apresenta dificuldades de conversar e interagir de forma adequada. Porém, quando uma criança apresenta prejuízos na sua comunicação existem muitos fatores que precisam ser investigados e um deles é muito pouco conhecido: a linguagem receptiva.
Linguagem receptiva: a compreensão de tudo
A linguagem receptiva pode ser entendida como a capacidade de a criança compreender o meio e o outro através do que ouve ou do que lê, unindo o significado das palavras em seus diferentes contextos. Mas para que a criança consiga compreender tudo o que ela vivencia, é importante que ela desenvolva previamente algumas habilidades cognitivas, comportamentais e linguísticas.
A linguagem receptiva começa a se desenvolver ainda na gestação, no momento em que a criança reconhece vozes familiares ou uma música afetiva, por exemplo. Ela é a nossa compreensão de muito e envolve toda a operação que construímos a partir de vivências, estabelecendo sentidos e significados. E a linguagem receptiva é tão importante que um bebê passa 12 meses, em média, observando, aprendendo e compreendendo para só então começar a produzir palavras de fato. Esse tempo nos dá a dimensão da sua importância como pré-requisito para o desenvolvimento da comunicação, seja ela através da oralidade ou de outras línguas e métodos, como a comunicação alternativa.
Aprender a localizar sons, olhar para a outra pessoa quando ela falando, olhar para imagens que são indicadas pelo parceiro de comunicação, olhar para o interlocutor quando é chamada pelo seu nome, olhar para um brinquedo que está próximo ou longe quando isso é indicado pelo adulto, interromper a ação mediante um comando verbal do adulto, atender a comandos simples, executar uma instrução de rotina são algumas das muitas habilidades que envolvem a linguagem receptiva.
E quais impactos o atraso ou prejuízo na linguagem receptiva para causar para a criança?
Em primeiro lugar devemos pensar que qualquer atraso ou prejuízo no desenvolvimento da linguagem receptiva provavelmente implicará em dificuldades na aquisição da linguagem expressiva, uma vez que já vimos que a compreensão é uma base importantíssima no desenvolvimento infantil e para qualquer tipo de comunicação.
Por isso, crianças com transtorno na linguagem receptiva apresentarão dificuldades de compreensão de palavras, frases, conceitos e, claro, na conversação. É como se existissem “falhas” na compreensão de mundo, uma vez que é com essa linguagem interna que estabelecemos relações lógicas e associações sobre tudo.
Crianças com alterações na linguagem receptiva nem sempre entendem o que os outros dizem, apresentam dificuldades para sustentar um diálogo e realizar associações coerentes e contextualizadas. Podem apresentar dificuldade também para seguir instruções e saberem exatamente o que precisam fazer, e podem falhar em compreender pistas ambientais sobre comportamentos esperados, o que com frequência pode levá-los a produzir frases desconexas e que soam estranhas para o momento.
O que os pais devem observar e fazer?
Sabendo agora do que trata a linguagem receptiva, fique atento ao desenvolvimento da comunicação da sua criança. Caso você observe um ou mais dos sinais acima, procure um fonoaudiólogo especializado em desenvolvimento infantil para realizar uma avaliação. Esse processo trará a clareza necessária sobre a sua criança estar ou não se desenvolvendo dentro do que é esperado para a sua faixa etária e o que fazer para auxiliar no desenvolvimento dela.
Nós do Evolvere temos uma equipe de profissionais preparada para tirar suas dúvidas.
Até o próximo post,