Você sabe qual a relação do Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) e o atendimento psicopedagógico? Fica nesse texto que eu vou te explicar a importância dessa relação. Primeiro, é necessário que a gente compreenda que o TPAC influencia e prejudica a maneira como o cérebro processa informações auditivas. Isso não quer dizer que o indivíduo não possua uma audição normal, na verdade, o cérebro pode ter dificuldade em receber, interpretar e sistematizar o que é ouvido. E, por isso, entende-se que pode impactar diretamente o processo de aprendizagem, além da comunicação.

Os sintomas do TPAC podem variar, mas com relação aos sinais observados em crianças e que estão associados a intervenção psicopedagógica, são:
– Dificuldade em acompanhar comandos ou instruções verbais, principalmente em ambientes com muitos distratores auditivos;
– Dificuldade em discriminar sons semelhantes, como /f/ e /v/;
– Solicitar, com frequência, que repita alguma fala ou frase;
– Demonstrar desatenção em sala de aula.

Esses sintomas podem ser confundidos com outros diagnósticos, como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ou podem ter comorbidades associadas como a Dislexia. E na necessidade de um diagnóstico preciso, a avaliação bem realizada se torna um diferencial. Vale ressaltar, que o diagnóstico do Transtorno do Processamento Auditivo Central é concluído por um fonoaudiólogo, utilizando protocolos e testes específicos e pode ser apoiado como critério de investigação com a ajuda de outros profissionais, como o psicopedagogo.

E no ambiente terapêutico, quais estratégias podemos utilizar?
Uma das abordagens está relacionada ao treinamento auditivo, com base em atividades que estimulem a discriminação de sons e memória auditiva, levando em consideração jogos, musicas e histórias. Além disso, podemos apoiar nossas propostas com recursos multissensoriais, reforçando o aprendizado com base no processo visual, tátil e auditivo. Levamos em consideração também a capacidade de organização e estruturação das informações. Podemos auxiliar utilizando estratégias de sequenciamento ou categorização, dividindo informações, textos e instruções, em partes menores. Em alguns casos específicos, quando as alterações evidenciam um comprometimento maior, sugere-se, com avaliação dos envolvidos, que a criança realize terapia em cabine.

Com relação ao desenvolvimento escolar, o TPAC pode comprometer diretamente a aprendizagem, em áreas como a leitura, a escrita e a compreensão oral, com dificuldade em decodificar sons e associá-los, impactando o processo de alfabetização, além da compreensão e interpretação de textos lidos. Nesse sentido, a intervenção psicopedagógica precoce auxilia no prognóstico da criança que vai conseguir aprender estratégias compensatórias e melhorar sua percepção auditiva. Esse diagnóstico não pode passar despercebido, uma vez que o impacto na vida escolar e social é significativo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *