O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurobiológica na qual o indivíduo manifesta dificuldades em três aspectos principais, considerados critérios diagnósticos de acordo com o DSM-IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, sendo eles:
– Dificuldade na comunicação social (verbal e não-verbal);
– Dificuldade na interação social;
– Padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades.

O fonoaudiólogo é o profissional formado e capacitado a trabalhar promovendo a comunicação humana das suas mais diversas formas. Deste modo, considerando que a comunicação social é uma das dificuldades apresentadas por indivíduos que estão dentro do espectro, o fonoaudiólogo buscará desenvolver e aprimorar essa habilidade tão importante para a expressão de ideias e sentimentos.

Dificuldades comunicativas tendem a interferir também na interação social, outra dificuldade expressa por esses indivíduos. Pense em uma criança/adulto que não possui espontaneamente a intenção de se comunicar com outras, preferindo realizar suas atividades sozinho ou então em um indivíduo que não possua habilidades comunicativas suficientes para uma troca dialógica, consequentemente essa pessoa terá as interações sociais prejudicadas.

Mas como a fonoaudiologia pode promover a comunicação?
A terapia fonoaudiológica buscará auxiliar que esse indivíduo possa se comunicar com as outras pessoas de forma funcional e eficiente, bem como manifestar seus desejos de alguma forma, seja gestual ou verbalmente, com possibilidade de uso de Comunicação Alternativa Aumentativa (CAA). O fonoaudiólogo estimulará desde a linguagem não-verbal (gestos, apontar, expressões faciais), como a aquisição e desenvolvimento da linguagem verbal (estabelecimento de linguagem funcional), promovendo o desenvolvimento de habilidades em sessões individuais, em duplas, ou mesmo em grupos que propiciam aumento da intenção comunicativa (aumento do interesse pela comunicação com o outro) e de trocas comunicativas com parceiros de comunicação, promovendo também a interação social.

Além destas, outras habilidades são estimuladas, como contato visual (ver o outro como parceiro de comunicação e aprendizagem), atenção compartilhada e sustentada (prestar atenção no que o outro tem a dizer e ensinar), compreensão verbal (entender o que lhe foi falado para dar respostas coerentes), entre outras.

Salienta-se que não existe uma “forma de bolo” que possa ser utilizada igualmente para todas as pessoas durante a intervenção fonoaudiológica, pois como o nome diz, a condição trata-se de um espectro, onde cada pessoa precisará de um determinado nível de suporte. Deste modo as habilidades a serem desenvolvidas e/ou aprimoradas serão estabelecidas individualmente após avaliação dos déficits e potencialidades de cada indivíduo. O trabalho fonoaudiológico geralmente é realizado em equipe interdisciplinar nesses casos, o que potencializa o processo terapêutico, de acordo com as necessidades de cada um.

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