Você já deve ter convivido e observado sinais e sintomas de disfagia bem de perto, porém sem saber que esse era o nome certo para tais alterações. É por esse motivo que no dia 20 de março comemoramos o DIA NACIONAL DE ATENÇÃO À DISFAGIA, que tem como objetivo levar informação e ampliar o conhecimento das pessoas em relação a esse assunto, tornando a busca por auxílio e tratamento especializado algo mais viável. 

Você lembra de ter convivido com algum idoso que tinha muitos episódios de engasgo ou tosse ao se alimentar? Com alguma  criança que teve episódios de pneumonia durante a primeira infância? Bem, esses são exemplos de casos clássicos de disfagia!

Disfagia pode ser definida simplificadamente como dificuldade de DEGLUTIÇÃO. As alterações podem acometer qualquer parte do trato digestivo desde a boca até o estômago, causando dificuldade para engolir líquidos, alimentos sólidos ou até mesmo a saliva. De maneira geral a disfagia pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, porém está muito associada com alterações que acometem principalmente crianças e idosos, sendo essas as populações com maior ocorrência da alteração no ato de engolir.

Os principais sinais e sintomas são:

– Dificuldades de mastigação;

– Lentidão para engolir os alimentos;

– Tosse e engasgos durante as refeições;

– Cansaço durante ou ao final das refeições;

– Modificação da voz/choro durante a alimentação;

– Sensação de alimento parado na garganta ou dor ao engolir;

– Tempo prolongado para realizar uma refeição (em média acima de 40 minutos);

– Pneumonias frequentes;

– Perda de peso e desidratação.

No público infantil os casos de disfagia geralmente estão associados a quadros de malformações que comprometem as estruturas da face, a bebês prematuros com uso de sonda nasoenteral ou uso prolongado de intubação orotraqueal, lesões cerebrais (como a paralisia cerebral/encefalopatia crônica não progressiva), síndromes (síndrome de Down, distrofia muscular de Duchenne, etc), doenças pulmonares (pneumonias, bronquite, asma) e distúrbios funcionais digestivos. Já nos idosos as doenças de base mais comuns são câncer/trauma em região de cabeça e pescoço, doenças neuromusculares, doenças neurológicas (AVC, Parkinson, Alzheimer, TCE, Paralisia Cerebral), quadros de doenças respiratórias graves e intubação orotraqueal prolongada.

E quais as consequências que um quadro de disfagia pode trazer para o indivíduo?

Essa é uma dúvida comum e que muitas vezes causa espanto quando descobrimos a resposta: um quadro de disfagia, dependendo do seu nível de gravidade, pode trazer sérios prejuízos às condições pulmonares e nutricionais. O ato de deglutir de maneira “errada” pode levar alimentos/saliva para o pulmão, ocasionando quadros de pneumonia aspirativa. Além disso, é comum pacientes disfágicos desenvolverem desnutrição e desidratação ao longo do tempo.

O tratamento deve ser realizado por uma equipe multiprofissional, composta por médico, nutricionista, enfermeiro, fisioterapeuta respiratório e fonoaudiólogo. O Fonoaudiólogo, dentro da equipe citada, é o profissional habilitado para diagnosticar, classificar e realizar a intervenção terapêutica e reabilitação nos casos de disfagia.

A alimentação é muito mais do que o ato de se nutrir, é também uma oportunidade de socialização e de partilha de momentos agradáveis. Deste modo, alterações de deglutição afetam não somente o paciente, mas toda a família. Por isso não esqueça, na presença dos sinais e sintomas de disfagia procure um profissional/equipe habilitado(a)!

 Até a próxima,

Jéssica Batista

Fonoaudióloga

CRFa3 – 10287

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