As emoções têm um papel fundamental na nossa sobrevivência tendo funções específicas que nos alertam para situações  de perigo, como é o caso do medo, e permitem as pessoas estabelecerem laços afetivos, como é o caso da alegria.  Assim, a habilidade de lidar com as emoções de forma adequada, chamada  de regulação emocional, faz bastante diferença em nossas vidas.

As emoções compreendem um conjunto de processos, que quando ativados, incluem: avaliação da situação, sensação, intenção, sentimentos (que é o significado que damos às nossas emoções), modificações corporais e o comportamento que é o produto final deste processo. Porém, regular as próprias emoções nem sempre é uma tarefa fácil, sendo essa uma habilidade que se desenvolve ao longo do ciclo vital, amadurecendo com mais intensidade na vida adulta e tendo total relação com o desenvolvimento das funções executivas . Portanto, auxiliar os pequenos a desenvolver gradativamente esta habilidade pode gerar frutos positivos a curto, médio e longo prazo, ou seja, a medida que a pessoa vai adquirindo esta capacidade, ela vai se tornando mais consciente daquilo que a faz bem ou mal, se tornando mais confiante e estabelecendo relações sociais mais saudáveis,  independentemente de sua idade. 

Como auxiliar a criança e o adolescente a regular suas emoções?

Regular as emoções nada mais é que diminuir ou aumentar a intensidade e duração dos sentimentos e processos fisiológicos  que as acompanham, assim como administrá-las a nível cognitivo (compreendendo-as e atribuindo significado a elas) e comportamental (identificar quando este comportamento é derivado de uma emoção e avaliar suas consequências na hora de manifestá-lo). 

Seguem algumas dicas para ajudar as crianças a regular suas emoções: 

– Auxiliar a criança a nomear aquilo que esta sentindo (medo, raiva, tristeza, nojo, alegria) e, quando ela já tem esta capacidade melhor desenvolvida, continuar questionando-a sobre suas emoções em momentos oportunos, para que ela adquira a habilidade de contextualizá-las. 

–  Quanto mais acostumadas a compreender e contextualizar suas emoções, mais conseguem usá-las na forma de conversa, tanto consigo mesmas para se acalmar, como com seus pares ou adultos;

–  Olhar para a situação que gera emoções negativas como algo que pode ser controlado e pensar numa solução alternativa para o problema; 

–  Estimular as crianças a identificarem as emoções que as outras pessoas estão sentindo, capacidade bastante atrelada a estimulação da Cognição Social.

Essas dicas são direcionadas à crianças a partir de 05 anos, considerando que é nesta idade que possuem uma maturação cerebral suficiente para conseguir identificar suas próprias emoções, nomeá-las e aos pouquinhos contextualizá-las, refinando esta habilidade ao longo de seu desenvolvimento. Antes dessa idade e/ou em casos de alteração no neurodesenvolvimento, algumas atividades mais direcionadas ao reconhecimento de expressões faciais em si, no outro ou em imagens é uma boa forma de estimular aos pouquinhos esta habilidade. 

Espero que tenham gostado das dicas.

Até a próxima!

Olivia Kruger

Psicóloga

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