Aprender é algo que toda pessoa é capaz de fazer e não está relacionado somente a conhecimentos acadêmicos! Nosso cérebro se altera constantemente possibilitando a aprendizagem de coisas novas, todos os dias, de acordo com os estímulos que recebemos do meio. 

Isso não significa que a aprendizagem sempre acontece de maneira fluída, cada indivíduo aprende de uma determinada maneira. De certa forma, todos nós já tivemos dificuldades para aprender algo e com certeza foram mais perceptíveis quando estávamos presentes no ambiente escolar.

IMPORTANTE: Tais dificuldades podem ser motivadas por influências externas ou internas.

 As externas podem estar relacionadas a questões emocionais, familiares, culturais, condições de sono e alimentação inadequadas, ambientes conflituosos ou metodologia de ensino. De maneira geral, elas são passageiras, mas se não forem identificadas cedo e mediadas adequadamente, podem perdurar e trazer problemas futuros para o processo de aprendizagem da criança. 

As dificuldades desencadeadas por motivações internas, se entendem por alterações cognitivas causadas por transtornos do neurodesenvolvimento. Elas são mais persistentes, mesmo com algumas intervenções a criança ainda continua apresentando defasagem significativa. Dificuldades assim podem se manifestar devido a transtornos específicos da aprendizagem, relacionados ao campo da leitura, escrita ou matemática, ou ainda serem decorrentes de outros transtornos cuja sintomatologia interfere significativamente nos processos de aprendizagem, como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade e o Transtorno do Espectro Autista.

ATENÇÃO: Nem toda dificuldade é só uma dificuldade, pode estar relacionada a alterações que vão perdurar por toda a vida. 

Os transtornos da aprendizagem são alterações em áreas específicas, como a dislexia, a disortografia e a discalculia. Normalmente essas condições são identificadas somente no Ensino Fundamental, em idade escolar, porém desde a primeira infância, alguns sinais podem ser observados. No caso da dislexia, por exemplo, uma criança desde bem pequena pode apresentar falta de atenção, atraso na linguagem, dificuldade em aprender rimas e canções. São questões que se identificadas cedo, podem ser melhores trabalhadas e que vão qualificar o andamento da aprendizagem futura. 

Já o TDAH não é um transtorno específico da aprendizagem, mas sua sintomatologia interfere nos processos de aprender, causando dificuldades significativas. Os tipos predominantemente desatentos, por exemplo, têm dificuldade em se concentrar, esquecem rapidamente e perdem informações importantes devido a falta de atenção, que é fundamental para a construção da aprendizagem.  

Assim como o TEA que também pode apresentar dificuldades envolvendo a aprendizagem, pois esse transtorno traz déficits significativos na criação de vínculos e interação social, reduzindo as experiências de troca e assim diminuindo oportunidades de aprendizagem e caracterizando atraso no desenvolvimento de diversas habilidades. 

Tais condições determinam que a criança não é capaz de aprender?

Não! Porém sua forma de processar as informações segue caminhos diferentes. Será necessário acompanhamento regular de um profissional especializado para identificar como a criança aprende, para que haja intervenção assertiva e mudança nas abordagens dos conteúdos e métodos de avaliação.

É muito importante que você, professor(a), saiba exatamente quais características são sinais de alerta, sendo importante conhecer os marcos do desenvolvimento infantil, os comportamentos e habilidades esperados para cada faixa etária, pois desde muito pequenas as crianças já oferecem sinais. Em todos os casos de apresentação de dificuldades, sejam elas transitórias, relacionadas a transtornos específicos da aprendizagem ou outros do neurodesenvolvimento, se a intervenção for precoce, exploratória e de maneira assertiva, podemos qualificar o desenvolvimento da criança e a sua relação com a aprendizagem por toda a vida. 

A´té a próxima oportunidade,

Ana Caroline de Souza

Psicopedagoga

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