Com todo esse novo contexto de isolamento social que estamos passando, devido a pandemia da Covid-19, tenho recebido muitos desabafos e questionamentos das famílias que atendo, relacionadas ao ensino à distância e às dificuldades para realizar o apoio às atividades e os manejos comportamentais com as crianças, em casa.

A situação da maioria das crianças que atendo é que elas têm a necessidade de atividades diferenciadas para acompanhar o conteúdo curricular.

Eu sei e entendo que estamos passando por momentos difíceis e de muito aprendizado, e que as escolas estão se reinventando, e que estão pensando em inúmeras maneiras de fazer com que as crianças não sejam prejudicadas com tudo o que está acontecendo, mas e as crianças de inclusão?

Diante desse questionamento faço algumas reflexões que gostaria de dividir com vocês leitores:

– Se as crianças que não apresentam déficits de aprendizagem já estão com dificuldades de acompanhar essa nova modalidade de ensino, como fica para nossas crianças de inclusão?

Muitas das crianças não estão conseguindo acompanhar as aulas on-line e isso acontece por diferentes motivos, seja por ter que ficar muito tempo concentrado em frente ao computador, seja por ter que se organizar com distratores e com as diversas informações simultâneas, e outras tantas coisas que  permeiam o contexto de casa.

Nós, profissionais, precisamos pensar que a família pode não estar apta para realizar esses ajustes e nem podemos exigir isso deles. É preciso estudo, técnica, conhecimento de conteúdo, e sabemos que conforme os anos vão passando, vai ficando tudo mais complexo.

É preciso também levar em consideração que muitos pais além de acompanharem o filho(a) nas atividades acadêmicas, neste momento estão trabalhando na forma de home office e ainda há necessidade de dar conta dos afazeres da casa e todo resto da rotina de vida diária. Sabemos que a falta de uma rotina, tende a, deixar uma criança mais desorganizada, refletindo diretamente em seu comportamento, na sua alimentação, no seu sono e consequentemente no rendimento para atividades direcionadas. É desgastante para as crianças e injusto exigir dessas famílias todo esse preparo, ainda mais em um contexto como esse. 

Deixo aqui essa reflexão perante a esses desabafos e questionamentos que tenho recebido das famílias que atendo, e me proponho a ajudar, pensando em alternativas para viabilizar esse acompanhamento das rotinas escolares

Até a próxima,

Fernanda Andrade dos Santos

Neuropsicopedagoga

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