Todos os pais, ao engravidarem, tem um objetivo em comum: que seu filho chegue ao mundo saudável e sem nenhum tipo de doença/transtorno que o debilite de alguma forma, ou que altere seu desenvolvimento. A maioria das crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) de fato chegam ao mundo sem nenhum sinal aparente de alteração, correspondendo a essa expectativa paterna, porém, essa realidade se altera com o tempo. Muitas são as dúvidas e informações nesse momento, por isso, convido você para um bate-papo sobre o momento do diagnóstico e seus desafios.

O diagnóstico

Cada família percebe sinais de que seu filho pode apresentar alguma alteração neurológica/cognitiva/comportamental em diferentes momentos. E aí começa um conflito interno, que é completamente natural e esperado,  ao  se dar conta de que a expectativa que se tinha em relação ao seu filho não corresponde ao que a realidade apresenta. Ou seja, o filho idealizado, não é necessariamente o filho que veio ao mundo. E essa constatação é reforçada quando o diagnóstico é fechado e  se confirma a hipótese de TEA.

Reação emocional

É comum que você tenha passado ou venha a passar por algumas fases antes de aceitar de fato o diagnóstico de seu filho. Tem pais que buscam por profissionais diferentes para outras opiniões, tem aqueles que negam veementemente, tem os que ficam em choque e não reagem, tem os que ficam com raiva e/ou tristes. São diversas as reações emocionais, mas todas englobam sentimentos de insegurança, dúvida, angústia e medo, o que é normal, dada a situação de frustração diante de um diagnóstico. Não saber como será o tratamento, o prognóstico, a evolução, as possíveis limitações, entre outras tantas questões que determinarão o futuro do seu filho são preocupações naturais para um recente diagnóstico de TEA.

Resiliência paterna

A chegada desse diagnóstico exige dos pais uma capacidade de reorganização emocional para passar por esse período inicial de choque, e alcançar uma aceitação do filho real com seu diagnóstico. Há que ser feito um reajuste das expectativas em relação a essa criança, para que seja desenvolvido nessa família um novo jeito de se relacionar e interagir. Tanto entre si, se adequando às necessidades deste filho, bem como com os familiares e  amigos/grupo social que permeiam essa família.

Fantasias sobre o TEA

O diagnóstico de autismo pode assustar bastante, principalmente quando não se tem informações precisas sobre o que significa o autismo, ou mesmo que tipos de tratamentos o seu filho precisará fazer. Nem como e de que modo ele se desenvolverá, tampouco a certeza se ele desenvolverá autonomia funcional ao longo da vida. São muitos os medos e as fantasias negativas que você pode ter nesse momento. A maior parte dessas dúvidas podem ser desmistificadas com o passar do tempo e com a aquisição de conhecimento sobre o TEA, bem como com um acompanhamento de profissionais qualificados.

Dicas para os pais

Se você está vivenciando este momento do diagnóstico ou conhece alguém que está passando por esta situação, aqui vão algumas orientações sobre como amenizar este impacto: primeiro entenda que tudo bem sofrer com esse diagnóstico. É uma reação normal, e isso não lhe faz ser um pai ruim. Ficar perdido e confuso no primeiro momento faz parte. Depois procure apoio profissional adequado para seu filho e para você, leia informações apenas em locais confiáveis, converse com pais que já passaram ou passam por uma situação parecida, busque uma rede de apoio (amigos, família) que possa te ouvir e conversar sobre suas angústias. Caso sinta necessidade procure por uma terapia individual para você ou uma terapia familiar para sua família. Pais organizados e adaptados com o diagnóstico contribuem para o melhor desenvolvimento do tratamento da criança. 

Caso você e sua família esteja passando por este momento e precise de apoio profissional entre em contato com a nossa equipe.

Até breve,

Tamara do Nascimento

Psicóloga

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *