Faz parte do contexto clínico organizar e antecipar nas sessões terapêuticas situações potencialmente desafiadoras para as crianças com alterações no neurodesenvolvimento, como o autismo, tendo em vista que essas situações podem causar comportamentos difíceis de gerenciar e esquivas por parte da criança.
Diante disso, é fundamental que a equipe interdisciplinar, especialmente a área da psicologia, esteja atenta e alinhada junto a escola em relação às expectativas, habilidades adquiridas e em processo de desenvolvimento na criança e as facilidades e dificuldades que a criança apresenta, sejam de ordem motora, na comunicação, pedagógicas ou mesmo na regulação emocional para lidar com situações novas.
Algumas estratégias comumente orientadas por equipes especializadas podem ser utilizadas diretamente com a criança, como por exemplo:
– Estabelecer regras claras do que é e não é esperado naquele local;
– Disponibilizar suporte visual a fim de fornecer previsibilidade da rotina do dia;
– Quando presente e indicado, o Acompanhante/assistente terapêutico (AT), estar atento às interações sociais e acadêmica;
– Adaptações pedagógicas de acordo com as habilidades e necessidades da criança;
– Disponibilizar estratégias de autorregulação;
– Utilizar histórias sociais antecipando o retorno às aulas;
– Usar calendário e outras estratégias de previsibilidade e organização,
– Além, é claro, de muito diálogo.
Cada criança é única e vai precisar de processos diferenciados para o retorno às aulas, cabe a equipe junto a família e escola conversarem e definirem como vão trabalhar em conjunto e eleger as prioridades de ensino e desenvolvimento.
A escola tem papel fundamental no processo de inclusão dos alunos com TEA com os colegas da classe, realizando conversas e ações com esse tema, além de estar atento às habilidades dos alunos para que estes consigam exercer o seu direito de aprender, brincar e socializar no mesmo ambiente que crianças típicas.
