O mutismo seletivo é entendido como um transtorno de ansiedade caracterizado pela incapacidade, de uma criança ou adolescente, de falar em um ou mais ambientes sociais (por exemplo, na escola, em locais públicos, com adultos, etc), mesmo sendo capaz de falar confortavelmente em outros ambientes (por exemplo, em casa com a família). As crianças afetadas pelo transtorno compreendem o uso da linguagem e, mesmo em condições física e cognitiva de falar, demonstram uma incapacidade persistente de comunicação verbal em ambientes específicos durante um determinado período de tempo, causada pela ansiedade ou fobia social.

Em muitas pessoas a timidez é um traço de personalidade, causando mais retraimento social. Ou ainda, existem situações que podem levar uma criança sem dificuldade aparente na interação social, a ficar mais retraída, como por exemplo, adaptação escolar, períodos de luto, mudança de casa, entre outras. Para que o Mutismo Seletivo seja diagnosticado, a criança ou adolescente deve demonstrar prejuízo significativo no funcionamento diário, normalmente em ambientes educacionais ou ocupacionais, privando-se da participação social na escola e/ou outros ambientes, devido a um medo pronunciado de falar.

Outro ponto que deve ser levado em consideração, é que a prevalência deste transtorno é baixa, confundindo muitos profissionais que por vezes desconhecem o transtorno, diagnosticado erroneamente, muitas vezes como transtorno do espectro autista. Apesar de serem quadros clínicos muito diferentes, há a possibilidade de o mutismo seletivo estar associado em casos de autismo nível 1*, devido a correlação comum entre TEA e fobia social, entretanto, para identificar esta situação, a avaliação do caso deve ser feita de forma minuciosa por um profissional especializado.

Caso você identifique as características mencionadas em sua criança, busque ajuda de um psicólogo com experiência neste assunto. A avaliação psicodiagnóstica do Mutismo Seletivo é complexa, exige tempo e engajamento dos pais no processo e, na maioria das vezes, se faz necessário o apoio de um médico psiquiatra para auxiliar o psicólogo nesta investigação, bem como avaliar a necessidade de intervenção medicamentosa. Para saber mais informações sobre o assunto, recomendamos os materiais da Associação Brasileira de Mutismo Seletivo – ABRAMUTE no site https://abramute.org/.

*Conforme critérios diagnósticos pelo DSM-5

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