Comportamentos desafiadores em crianças autistas podem aparecer em diversos ambientes e situações. Algumas características presentes no próprio diagnóstico, podem contribuir para tais alterações comportamentais. Dificuldade na forma de comunicação, comportamentos restritos e repetitivos, e baixo repertório social, são fatores que em conjunto, dificultam interações da criança com o ambiente em que ela está inserida, e muitas vezes, pela mesma não saber lidar com as emoções que esse ambiente provoca, dificuldades podem surgir. É comum que crianças não saibam muito bem como lidar com sentimentos e emoções, porém para as crianças autistas isso pode se apresentar como um desafio ainda maior.
As principais causas de comportamentos interferentes, são identificadas por meio de uma observação e mensuração cuidadosa, mas há evidências presentes em alguns estudos, que comprovam que as principais causas são de origem sensorial, por fuga/esquiva de demandas, acesso a itens, e comportamentos para obter atenção de outras pessoas. Ao abordar essas dificuldades no manejo comportamental, é fundamental entender que cada criança é única e irá se acalmar de maneiras diferentes, por apresentar respostas emocionais diversas. Algumas crianças podem chorar, gritar, jogar-se no chão, outras ter comportamentos mais graves como crises agressivas e comportamentos auto lesivos.
Para melhorar esses desafios, primeiro é preciso identificar o que causa tais reações comportamentais na criança, e a partir disso, desenvolver estratégias a fim de ensiná-las maneiras mais assertivas de lidar com as emoções quando elas aparecerem, diante do que se apresenta como dificuldade.
Algumas medidas podem ser efetivas nesse processo de ensino, como a aplicação de rotinas estruturadas, uso de objetos de preferência, e a criação de um ambiente previsível. Além disso, saber o que acalma a criança, como é a forma que ela consegue se comunicar, e o que pode ser gatilho para comportamentos interferentes aparecerem, também são informações importantes para saber como agir diante de situações difíceis.
Intervenções individualizadas e profissionais especializados, podem ajudar a família a encontrar um caminho mais eficaz, ajudando-a a discriminar maneiras mais assertivas de lidar com esse processo desafiador. O mais importante nesses momentos, é garantir a segurança, a dignidade e a integridade da criança que precisa de suporte emocional.