A Apraxia de Fala na Infância (AFI) é um transtorno neurológico dos sons da fala, onde o cérebro apresenta falhas e não direciona as ações necessárias ao sistema motor, mostrando que os problemas da fala da criança não estão na “boca” e/ou “língua”. A criança com Apraxia de Fala apresenta uma dificuldade no planejamento de sequências motoras da fala que não são explicadas por fraqueza muscular.
A Associação Americana de Fonoaudiologia (ASHA) recomenda o termo Apraxia de Fala na Infância para “Distúrbio neurológico motor da fala na infância, resultante de um déficit na consistência e precisão dos movimentos necessários a fala, na ausência de déficits neuromusculares (por exemplo, reflexos anormais, tônus alterado, entre outros).
A AFI afeta a produção de fala, assim como os traços prosódicos como velocidade de fala, ritmo, entonação, padrões de acentuação, volume e pitch, afetando a qualidade da fala da criança, fazendo com que pareça “entrecortada”, monótona ou muito lenta. Crianças com AFI apresentam erros de fala inconsistentes, por exemplo vê um pato e fala “ato”, depois produz “tato” e depois fala “apo”, várias produções para uma única palavra.

Mas o que pode causar a AFI?

De acordo com o Relatório Técnico da ASHA (2007), a AFI ocorre em três contextos clínicos:

• Como resultado de um problema neurológico conhecido (trauma, infecção, derrame) pré ou pós-parto;
• Pode estar associada a transtornos neurodesenvolvimentais complexos de origem conhecida ou não (por exemplo, distúrbios genéticos, metabólicos ou mitocondriais). Incluindo a síndrome do X frágil, autismo, algumas formas de epilepsia e duplicação e deleções cromossômicas;
• Como um distúrbio neurogênico idiopático (sem origem conhecida) dos sons da fala. Isso significa que não há evidências de problema neurológico nem de transtorno do neurodesenvolvimento.

Alguns dos sintomas mais comuns apresentados pelas crianças que possuem esse quadro são:

• Geralmente são bebês mais quietos e emitem poucos sons;
• Atraso na fala;
• Dificuldade em produzir sons de vogais e consoantes;
• Trocas inconsistentes na fala, ora fala POLA para BOLA, ora fala OLA e em outros momentos fala TÓLA;
• A criança parece não saber o que fazer com a boca e língua para produzir determinada palavra;
• Fala de difícil compreensão;
• Dificuldade em falar palavras mais extensas, quanto maior a palavra, maior a dificuldade;
• Fala lenta ou monótona;
• Podem apresentar outras dificuldades motoras como para se alimentar ou mastigar.

O tratamento para AFI é feito com fonoaudiólogo especializado e o objetivo é auxiliar a criança a emitir sons, palavras e frases com mais clareza, ajudando-a a planejar e organizar os movimentos para a produção da fala.

Até o próximo post,

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