É muito comum no primeiro contato com o fonoaudiólogo, os pais passarem por uma entrevista, para que o profissional tenha mais conhecimento sobre seu futuro paciente e consiga atender o caso da melhor forma possível com um olhar individualizado. Nela, é comum receberem diversas perguntas, dentre elas, relacionadas a questões auditivas: “Você acha que seu (sua) filho (a) escuta bem?” ou, “seu (sua) filho (a) passou no teste da orelhinha?” ou até mais específico “ele (a) já fez algum teste de audição?”.
Mas por que essas perguntas?
Levando em consideração que a audição é importante para a aquisição da fala e linguagem, para que a criança aprenda a falar é preciso que ela tenha desenvolvido uma série de habilidades auditivas. Estas se desenvolvem desde o seu nascimento, até aproximadamente os dois anos de idade, seguindo uma ordem cronológica de desenvolvimento: inicialmente a detecção sonora (capacidade de perceber a presença e ausência de um som), após a discriminação (habilidade de conseguir diferenciar se dois sons são similares ou distintos), localização (saber de onde vem o som), reconhecimento (quando há associação significante-significado, como por exemplo, apontar figuras nomeadas) e por fim a compreensão, quando a criança compreende os comandos ou o que lhe é falado, possuindo a capacidade de responder perguntas.
Quando essas habilidades não seguem uma ordem de desenvolvimento, e a depender do tipo de Perda Auditiva (PA), grau (que varia de PA discreta – PA profunda, Northern e Downs, 2002) e configuração, isso poderá trazer prejuízos funcionais significativos para a criança, como por exemplo na aquisição da fala e da linguagem, tendo em vista que para que a criança venha a se expressar verbalmente é necessário que tenha acesso ao mundo dos sons, realize a imitação sonora e siga o modelo de fala passado pelo adulto com quem convive.
Visando o desenvolvimento satisfatório da criança e que ela venha a se comunicar verbalmente com seus pares e familiares, são aconselhados após a reabilitação auditiva (com aparelho auditivo, ou implante coclear) as terapias auditivas, bem como de fala e linguagem, que favorecerão o desenvolvimento de todas estas habilidades.
Diante disso, é muito importante que os pais, fonoaudiólogos e outros profissionais envolvidos no caso fiquem atentos aos marcos do desenvolvimento da criança e para as questões auditivas, para que se necessário os devidos encaminhamentos sejam realizados, bem como os processos terapêuticos iniciem o de forma mais precoce possível.
Em caso de dúvida entre em contato com o seu profissional.
Espero que tenham gostado,