Para que o individuo compreenda uma mensagem recebida do ambiente, é necessário que ele tenha desenvolvido previamente uma série de habilidades auditivas, como a localização sonora, reconhecimento, discriminação, figura-fundo, fechamento auditivo, retribuindo uma resposta coerente ao ambiente.

Quando alguma destas habilidades auditivas não se desenvolvem como o esperado, o indivíduo pode apresentar dificuldades durante o caminho para o processamento da mensagem. Fazendo uma analogia, podemos pensar em uma estrada que liga a orelha até o cérebro, onde indivíduos com Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) apresentariam obstáculos durante o caminho, o que dificultaria a compreensão da mensagem final pelo cérebro. O indivíduo possui audição íntegra, entretanto apresenta dificuldades para compreender o que lhe foi falado.

Desse modo, não basta apenas ouvir a mensagem, é preciso enviá-la ao cérebro para que o que foi dito seja entendido e o indivíduo saiba o que fazer com o que lhe foi dito.

Frequentemente este transtorno coexiste com outros transtornos de linguagem e de aprendizado, entretanto indivíduos com TPAC manifestam sinais de dificuldades como:
– Dificuldade de entender o que lhe foi falado, mencionando “eu escuto, mas não entendo”;
– Solicitação frequente de repetição (Hã?, O quê?);
– Dificuldade em compreender e seguir regras e ordens;
– Piora do entendimento da mensagem em locais com competição sonora (ruídos, barulho de trânsito, conversas);
– Aumento do tempo para responder aos sons;
– Dificuldade de localização sonora (saber de onde vem o som), de discriminar (perceber a diferença entre sons semelhantes, por exemplo p/b) e/ou outras habilidades auditivas;
– Dificuldade de aprendizagem (leitura, escrita, entre outros).

A avaliação do processamento auditivo central é realizada pelo fonoaudiólogo e consiste na aplicação de uma bateria de testes, adaptados tanto de acordo com a faixa etária da criança/adulto quanto ao seu nível de desenvolvimento, buscando verificar como está o funcionamento do caminho do som até o cérebro e observar como o cérebro analisa e interpreta esse som. Já o processo de intervenção pode ser formal, no qual o treinamento auditivo das habilidades auditivas alteradas é realizado em cabina acústica ou então informal, com o uso de softwares específicos e outros materiais adaptados em ambiente clínico convencional, isto é, consultórios de terapia fonoaudiológica.

Se o seu filho apresenta algum destes sinais de dificuldade, procure um fonoaudiólogo especializado para lhe auxiliar no processo de avaliação e de intervenção.

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