A diferença humana se apresenta de diversas formas, e uma área que muitas vezes é pouco discutida e mencionada é a das altas habilidades/superdotação. Indivíduos superdotados muitas vezes manifestam capacidades intelectuais notáveis, mas também encontram desafios significativos no âmbito emocional, social e até acadêmico, impactando em seu desempenho escolar e bem-estar. Sob esse viés, a psicopedagogia clínica atribui-se de uma responsabilidade fundamental nesse processo, fornecendo suporte personalizado para analisar e aprimorar essas habilidades intrínsecas.

O psicopedagogo clínico inicia seu trabalho realizando uma avaliação abrangente e precisa, aprofundando-se nas características do indivíduo e, a partir daí, com o uso de instrumentos especializados e uma observação cuidadosa, consegue mapear as habilidades, potencialidades e desafios específicos de cada um. Esse processo fornece uma base sólida para a implementação de intervenções personalizadas, direcionadas às necessidades educacionais e emocionais de cada pessoa. Vale ressaltar que para além de adaptações curriculares, deve-se estar atento às questões emocionais, tais como frustração, isolamento social, irritabilidade, que podem ser sintomas comuns em superdotados. Na intervenção psicopedagógica, a abordagem não se limita à resolução imediata dos problemas, mas potencializa a qualificação e aptidão adquirida.

Além do suporte para o indivíduo, o profissional estabelece uma parceria colaborativa entre os responsáveis e educadores. Essa colaboração é imprescindível para garantir que os procedimentos aplicados no ambiente clínico, se desdobram para a família e escola, assegurando uma conduta integral para o desenvolvimento do superdotado, criando um ambiente de apoio constante.
Parte da responsabilidade crucial do psicopedagogo clínico é desconstruir crenças relacionadas à superdotação. Romper com a imagem de que superdotados não precisam de amparo específico ou que são imunes a desafios sociais, é fundamental para promover um ambiente de respeito e que atenda às suas necessidades particulares.

Ao longo do processo de intervenção, o profissional auxilia o indivíduo com altas habilidades a pensar sobre suas potencialidades, entrando em um processo de autoconhecimento. Nessa perspetiva, o sujeito compreende suas necessidades, desejos, dificuldades, competências, preparando-o para lidar com o mundo com mais confiança e veracidade.

Por fim, compreendemos que a psicopedagogia clínica enquanto potencializador singular para o sujeito superdotado, contribui para a promoção e criação de um futuro no qual a diversidade humana não é apenas reconhecida, mas também integralmente nutrida.

Aguardo vocês na próxima leitura!

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