A avaliação psicopedagógica desempenha uma atuação fundamental e conclusiva no diagnóstico e na compreensão das dificuldades de aprendizagem. Por esta, entendemos como um conjunto de sinais que afetam a capacidade de uma pessoa em compreender e utilizar habilidades acadêmicas que podem se manifestar de diferentes maneiras. Não são indicadores de rebaixamento de inteligência ou preguiça, mas a maneira como o cérebro processa e retém as informações é diferente. Esse processo preciso e cuidadoso, além de multidisciplinar, identifica não apenas os obstáculos que prejudicam o progresso acadêmico, mas também proporciona uma perspectiva abrangente das capacidades e dificuldades de cada aluno, assegurando intervenções mais eficientes e individualizadas. E a precisão do diagnóstico é um dos grandes benefícios da avaliação.
A avaliação vai além da simples identificação das dificuldades. Por meio de entrevista com a família, reunião com a escola, observações clínicas e aplicação de testes específicos, captamos e avaliamos um cenário minucioso do funcionamento integral da criança. Isso inclui a análise das habilidades acadêmicas e cognitivas: de leitura, escrita, aritmética, funções executivas e fatores emocionais que podem interferir no aprendizado. O profissional deve estar familiarizado com o conteúdo acadêmico e a proposta pedagógica a que a criança está submetida, além de investigar repertórios relevantes para a aprendizagem, como atenção, rotina de estudo, respostas motoras e linguísticas. Também é necessário avaliar os pré-requisitos ou condições que facilitem a aprendizagem dos conteúdos, identificar os padrões de raciocínio que a criança utiliza ao enfrentar situações e tarefas, e observar déficits e preferências nas modalidades perceptuais.
Vale salientar que muitas vezes, profissionais da equipe escolar e responsáveis sentem-se desorientados para lidar com as dificuldades de aprendizagem, por isso, o profissional da psicopedagogia pode oferecer o suporte necessário, esclarecendo as dificuldades encontradas, sugerindo o que pode ser feito nestes espaços, contribuindo para um resultado mais positivo. Essa orientação é necessária para criação de um ambiente acolhedor, de colaboração, em casa e na escola.
Baseado nas conclusões da avaliação, o próximo passo se baseia na elaboração de um planejamento interventivo personalizado, adequado às necessidades do aluno. Este planejamento pode incluir procedimentos e estratégias de ensino diversificado, métodos de ensino, atividades assertivas que reforcem as habilidades necessárias. Uma intervenção personalizada, intensifica consideravelmente as chances de sucesso, pois leva em consideração as particularidades do indivíduo.
A avaliação psicopedagógica não é estática, mas um processo constante. Após o diagnóstico e a continuidade do acompanhamento terapêutico, é fundamental monitorar frequentemente a evolução do aprendente. O psicopedagogo analisa a eficácia das estratégias implementadas e realiza os ajustes necessários, assegurando que o plano de intervenção se mantenha alinhado às necessidades.
Crianças com dificuldades de aprendizagem apresentam indícios comportamentais frequentes de frustração, baixa autoestima e desinteresse. Ao identificar esses aspectos emocionais, devemos analisar todo o contexto e avaliar as possibilidades dentro da intervenção psicopedagógica, porém, caso necessário, deve-se também orientar o encaminhamento para o profissional da psicologia. Pois se torna essencial, que o aluno desenvolva comportamentos mais positivos em relação à aprendizagem, estando inserido num espaço mais favorável para o seu desenvolvimento.
Em síntese, o investimento na avaliação psicopedagógica é essencial para iniciar a intervenção terapêutica, ajudando o indivíduo a desenvolver estratégias eficazes para alcançar seu potencial.