Cada vez mais temos lido e discutido sobre a importância de expor as crianças a estímulos e experiências diferentes, levando em consideração a mudança natural da sociedade, onde os pequenos passam mais tempo na frente das telas ou dentro dos apartamentos, do que explorando o mundo através dos sentidos. É claro que os tempos mudaram e, de maneira geral, não se pode mais deixar as crianças brincando livremente na rua, mas temos que refletir o quanto essa diminuição de exploração do ambiente causa prejuízos para algumas habilidades específicas, incluindo a alimentação.

Você já deve ter ouvido falar que a criança aprende brincando, e isso é uma certeza quando falamos em desenvolvimento infantil. O aprendizado de novas habilidades é muito mais efetivo e duradouro quando temos um nível de atenção e engajamento, ou quando aquele estímulo é tão interessante que faz a criança se divertir e querer mais daquela experiência. Pensando dessa maneira, fica fácil imaginar porque existem tantas músicas infantis que falam sobre característica dos animais, letras, números, e outras categorias e vocabulários que são tão significativos nos primeiros anos de vida. Lembre-se sempre: é se divertindo que ela aprende!

“Pera, uva, maçã, salada mista”… “1,2 feijão com arroz… 3,4 feijão no prato”. Quando o assunto é alimentação os fatores interesse, diversão, curiosidade e aproximação também devem ganhar destaque. Diferente do que pensamos, a alimentação é uma função aprendida e depende das experiências vivenciadas pela criança. Sendo assim, brincar com os alimentos é uma ótima maneira de fazer com que a criança se aproxime, crie afetividade e confiança em relação aos alimentos. E já que essa exposição livre tem diminuído com o passar do tempo, como comentamos no início desse bate papo, porque não incentivar que esses momentos ocorram na hora das brincadeiras direcionadas?

Desde que a criança é bem pequena ela já aprende sobre as características dos alimentos quando é incentivada a tocar, cheirar, se sujar e ter esse contato direto com os alimentos. Durante uma manipulação simples em que a criança segura uma banana e aperta com as mãozinhas, ela está mandando informações super importantes para o cérebro através da visão (cor e formato da fruta), do olfato (cheiro específico da banana) e principalmente do tato (consistência, textura, temperatura). Essas informações são primordiais para que a criança se sinta mais familiarizada e segura quando forem oferecer uma banana para ela comer, fazendo assim com que o seu cérebro “resgate” aqueles estímulos que ele conheceu durante a brincadeira, e aumente as chances da criança aceitar o alimento.

Agora que já conversamos um pouco sobre essa relação tão importante entre brincar e comer a dica é que você separe uma horinha do final de semana com o seu filho(a) para se divertirem com uma dessas atividades: tirar brinquedos escondidos na gelatina, desenhar com o dedinho na bacia com farinha, tentar adivinhar qual é a fruta com os olhos vendados… enfim, use a imaginação para viver momentos divertidos e cheio de estímulos com o seu pequeno.

Até a próxima!

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