A nutrição adequada é essencial para a manutenção da saúde da criança. As necessidades nutricionais infantis, em particular do recém-nascido, são muito diferentes das verificadas em adultos, especialmente devido à necessidade de crescimento e desenvolvimento. O leite materno, como dito neste post, é o alimento ideal por ser totalmente adaptado às necessidades dos bebês e em apenas alguns casos há a indicação da criança fazer o uso de fórmula láctea específica para o caso.

Alergia à Proteína do Leite de Vaca

As Alergias Alimentares podem ser definidas como uma reação adversa a um antígeno alimentar mediada por mecanismos fundamentalmente imunológicos. Dentre os alimentos com maior potencial alergênico, encontra-se o leite de vaca e chamamos de Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV). Para saber mais sobre as alergias alimentares, clique aqui.

No caso de suspeita de que o bebê esteja reagindo às proteínas do leite de vaca consumidas pela mãe e passadas para o leite materno, o aleitamento não deve ser interrompido, no entanto, a mãe deve seguir uma dieta orientada pelo nutricionista de restrição de leite, derivados e, se necessário outros alimentos, isto durante o período de investigação diagnóstica. A suspeita inicia-se mediante a apresentação de alguns sintomas, tais como, choro intenso, alterações gastrointestinais que incluem constipação crônica ou diarreia, gases e inchaço abdominal, assim como podem ocorrer dermatite e condições respiratórias como prurido nasal. Em alguns casos é possível observar muco e sangue nas fezes, o que pode levar o bebê a desenvolver anemia ou ainda levá-lo à perda ou não ganho de peso.

O diagnóstico de APLV leva a família a ter maiores cuidados ao iniciar a introdução alimentar, pois, a criança precisa ser avaliada para identificar se já está apta a realizar o consumo de alimentos com leite de vaca. Apesar da seriedade do caso, cerca de 50% das crianças com APLV desenvolvem tolerância com um ano de idade, 75% até os três anos e 90% até completar seis anos (European Society of Paediatric Gastroenterology Hepatology and Nutrition – ESPGHAN, 2012).

É importante salientar que crianças diagnosticadas com APLV são impossibilitadas de consumirem quaisquer alimentos que contenha leite ou seus resquícios , isto é, nem mesmo os alimentos que sinalizem serem “lacfree” ou “sem lactose” pois esses alimentos são para pessoas com deficiência na produção da enzima lactase, o que chamamos de pessoas com Intolerância à Lactose.

ATENÇÃO COM ESTES NOMES NOMES NOS RÓTULOS DOS ALIMENTOS:

Lactoalbumina, Lactoglobulina, Fosfato de lactoalbumina,Lactoferrina, Lactulose, Caseína, Caseína Hidrolisada, Caseinato de cálcio, Caseinato de potássio, Caseinato de amônia, Caseinato de magnésio, Caseinato de sódio, Leite (integral, semi-desnatado, desnatado, em pó, condensado, evaporado) Nata (Creme de leite, Soro de leite, Soro de leite deslactosado/desmineralizada, Gordura de leite, Coalhada, Proteína de leite hidrolisada) Lactose. Os nomes citados anteriormente são substâncias derivadas do leite que podem conter a proteína do leite, causadora da APLV. Verifique também a composição de produtos de higiene: lencinhos umedecidos, sabonetes líquidos, cremes hidratantes e também a bula dos remédios, porque vários deles incluem lactose em sua fórmula.

Intolerância à Lactose

Já a Intolerância à Lactose (IL) é uma condição na qual, após consumir alimentos à base de leite, o indivíduo apresenta sintomas gastrointestinais. Todos os lácteos possuem lactose, que se trata de um açúcar presente em grande quantidade no leite, que necessita ser quebrado por uma enzima a lactose e algumas pessoas possuem deficiência na produção enzimática.

Em casos de intolerância à lactose cabem os mesmos tratamentos que na APLV, como a retirada total de leite e derivados, porém, podem sob orientação, estes alimentos podem ser consumidos quando complementados com enzimas. As enzimas quando adicionadas na rotina ou no próprio alimento, como os “lacfree” ou “sem lactose” irão auxiliar na digestão do leite, sendo toleradas a ingestão de pequenas quantidades do alimento, diferente da alergia, que resultará em manifestações clínicas citadas anteriormente.

Em ambas as condições, ao retirar totalmente o leite da dieta e não suplementar, a criança pode desenvolver deficiência de cálcio e de vitamina D, o que ocasiona fraqueza óssea, má formação esquelética, queda da imunidade e atrasos no desenvolvimento e crescimento, com dito neste post. A alergia e intolerância alimentar afetam o psicológico, a rotina e a qualidade de vida das crianças e seus familiares. O nutricionista é o profissional responsável por elaborar uma intervenção nutricional capaz de reduzir os sintomas e tratar a condição pré-estabelecida.

Até breve,

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