Já vimos por aqui que a rotina alimentar da gestante contribui para prevenção de uma série de ocorrências negativas e, que também, se cria uma janela de oportunidades para um bom desenvolvimento da criança que perpetuará até sua vida adulta. 

Após uma gestação com uma rotina alimentar saudável o próximo passo desejado é o aleitamento materno exclusivo. A Organização Mundial de Saúde recomenda aleitamento materno exclusivo e em livre demanda até o 6º mês de vida e complementar até os dois anos de idade ou mais.

A composição do leite materno

A composição do leite materno é completa e por isso ele pode ser mantido como a única fonte alimentar da criança. Ele é composto de água, proteínas, carboidratos, lipídeos, vitaminas e minerais. A água é o componente presente em maior quantidade, constituindo mais de 80% do leite materno. As proteínas presentes são as responsáveis pelo crescimento celular da criança e ainda, as do soro as protegem dos agentes infecciosos que possam invadir seu organismo. Os carboidratos, principalmente a lactose, atuam como fonte de energia. Os lipídeos desempenham variadas funções, principalmente hormonais. Os micronutrientes, vitaminas e minerais, são indispensáveis para o funcionamento metabólico do bebê.  

Sendo completo em todos os nutrientes essenciais à vida, o aleitamento materno previne várias doenças, evita mortes infantis, diarreias, infecções respiratórias, diminui o risco de alergias, hipertensão, colesterol alto, diabetes e também reduz chances de obesidade na vida adulta, garantindo à criança diversos benefícios para seu desenvolvimento. Além destes benefícios, ainda contribui no desenvolvimento cognitivo e aumenta o vínculo entre mãe e filho.

Importância para o desenvolvimento e imunidade

Faz parte do compromisso do profissional de saúde promover, estimular e orientar o aleitamento materno. Estas orientações devem iniciar durante o pré-natal nas consultas e encontros com a gestante, desta forma, ela se sentirá mais segura e confiante em realizar este processo tão importante para ela e para a criança. As orientações devem proporcionar explicações sobre as vantagens do aleitamento materno, condutas e principalmente eventuais e possíveis dificuldades. 

É importante dizer que o aspecto e a composição do leite materno variam de acordo as mamadas.  No início o leite possui aparência aguada e rala, sendo rico em proteínas, lactose, vitaminas, minerais e água. No final da mamada o leite secretado é amarelado, com maior teor de gordura, fornecendo energia e saciando a fome da criança, o que demonstra que tanto no início quanto no final, o leite tem sua importância para o desenvolvimento da criança. 

Orientação profissional

Como dito neste post a impossibilidade do aleitamento materno pode acontecer por vontade da mulher ou por outras questões como, adoção, medicamentos, contaminação por alguns vírus, galactosemia (doença rara que a criança não pode ingerir lactose) ou desmame precoce. Para estas situações recomenda-se o uso de fórmula infantil, que possua quantidades e qualidades de nutrientes baseadas na composição do leite materno. As indústrias aplicam tecnologias cada vez mais modernas para gerar respostas fisiológicas mais próximas possíveis às induzidas pelo leite materno.

Cabe aos profissionais da saúde realizar incentivo, proteção e apoio ao aleitamento materno. Mulheres neste período devem participar de atividades promovidas por tais profissionais que proporcionem explicações sobre as vantagens e manejos do aleitamento materno e eventuais dificuldades. Amamentar é um ato natural e constitui a melhor forma de nutrir, promover saúde e criar o vínculo entre a mãe e bebê. 

Até breve,

Elisa de Espíndola

Nutricionista 

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