Durante o seu processo de desenvolvimento emocional, na infância, as crianças passam por algumas etapas importantes. Essas etapas se referem a como as crianças aprendem a expressar suas emoções, a maneira como elas as compreendem e também como conseguem se regular. Além disso, há o processo de reconhecer as emoções nas pessoas ao seu redor. Essas etapas começam logo que a criança nasce e se estendem ao longo de toda a infância. Não há idades determinadas para alcançar cada habilidade, isso depende do contexto e dos incentivos que cada criança recebe. É sobre essas fases para alcançar a tão esperada maturidade emocional que escrevo a seguir.

APOIO DOS ADULTOS

Uma variável que faz toda a diferença para que a criança tenha facilidade em seu desenvolvimento emocional é o comportamento dos adultos ao seu redor. As dificuldades que as crianças naturalmente já encontram para lidar com suas emoções podem ser agravadas se não tiverem respostas adequadas dos adultos. Assim como podem ser facilitadas com adultos que estejam mais disponíveis emocionalmente para lhe ajudarem nesse processo.

COMPORTAMENTO ADULTO NÃO APOIADOR

Os comportamentos dos adultos que não ajudam as crianças em seu desenvolvimento emocional são: ignorar as emoções das crianças, mentir para elas sobre situações emocionais, negar as emoções das crianças ou mesmo envergonhar elas por conta de suas emoções. Ignorar uma emoção indesejada da criança, como a raiva, por exemplo, e esperar que ela simplesmente desapareça, não ajuda a criança a entender como regular essa emoção. A raiva pode até sumir em um determinado momento, mas ela voltará no momento seguinte e novamente a criança não saberá como agir nessa situação. O que pode gerar ataques de fúrias, chutes, quebra de objetos, etc.

COMPORTAMENTOS ADULTOS ACOLHEDORES 

E quais seriam as formas mais adequadas de responder as emoções das crianças então? Inicialmente não tentar eliminar ou negar aquilo que as crianças sentem. Aceitar o sentimento que surgiu e conversar com cada criança sobre o que ela está sentindo sem julgamentos. Você pode questionar: “Filho, vejo que você não está bem, posso ajudar? Quer conversar? Ou também ser mais diretivo quando vê a presença de alguma emoção específica. Por exemplo, se a criança estiver irritada, dizer a ela: “Filho, você parece irritado”. É uma maneira de abrir espaço para que a criança fale daquilo que ela sente. Ela sente que foi aceita. Frases do tipo: “Você não precisa ficar irritado sobre isso”, ou “Isso não é motivo de medo”, ao contrário, negam e menosprezam aquilo que a criança sente. 

BENEFÍCIOS PARA AS CRIANÇAS

Quando o adulto acolhe e se demonstra aberto para conversar sobre o que a criança sente, ela vai compreendendo o que está sentindo, e percebendo que os sentimentos (bons e ruins) fazem parte da vida. São inevitáveis e aparecem de acordo com as situações vividas. Isso dá a elas a sensação de que são como as outras pessoas. Quando a criança não tem espaço para dizer o que sente, pode se isolar, por pensar que só ela sente coisas ruins. 

LEMBREM-SE

Para os adultos conseguirem melhor auxiliar as crianças, é importante eles entenderem que as emoções que elas expressam são legítimas e verdadeiras. Por mais inacreditável que possa parecer, para um adulto, por exemplo, uma criança ficar com medo de algo que não existe, para ela aquele terror é verdadeiro e por isso deve ser tratado como tal

É importante lembrar também que não há emoções certas e erradas. Cada pessoa se emociona com fatores e situações diferentes, e é importante que sejam respeitados. Bem como ter em mente que as emoções têm papéis importantes na vida das crianças e que elas estão em processo de aprendizado para regulá-las. E que com apoio tudo fica mais fácil.

Está enfrentando dificuldades com as emoções das crianças por aí? Já pensou em procurar ajuda profissional?

Até breve,

Tamara do Nascimento

Psicóloga

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