Geralmente quando questiono meus pacientes que são pais sobre a maneira como eles se comunicam com seus filhos, eu ouço frequentemente respostas do tipo:

 – Eu falo com ele, mas ele não me ouve;

 – As vezes tenho que pedir 10 vezes para ele fazer algo simples;

 – Parece que estou falando com as paredes. 

Você se identificou com essas respostas? Na sua casa funciona mais ou menos assim também?

Como você se comunica?

Quando estabelecemos uma rotina e ficamos imersos nela tendemos a não prestar mais atenção no modo como realizamos as coisas. Em nossas casas não é diferente. Por isso gostaria de trazer um outro ponto de vista para reflexão: Como VOCÊ se comunica om as crianças? Que tom você usa? Você está presente integralmente quando está fazendo um pedido ou faz outras atividades ao mesmo tempo?

É fundamental que antes de se perguntar se seu filho tem alguma dificuldade quevocê se questione sobre o seu modo de agir e se comunicar. Isso mesmo, repense o jeito como você pede/solicita/ordena coisas a ele. Será que se você tivesse do outro lado atenderia tão rapidamente seus chamados?

Violência no discurso

É comum que muitos pais falem com seus filhos de uma maneira tão autoritária, com gritos, e sem paciência, que fica difícil para as crianças de fato atenderem às exigências. Muitas vezes, os filhos ouvem tão frequentemente que não são bons em atender os pedidos dos pais, que passam a acreditar nisso. Rótulos como preguiçoso, manhoso, terrível, são mais comuns nas famílias do que se imagina. E infelizmente eles machucam e aprisionam muitas crianças. A chance de seu filho cumprir uma tarefa com sucesso, cai consideravelmente, depois de ouvir um adjetivo negativo como esses.

O poder das palavras

Meu convite a você consiste em repensar os termos que você utiliza com as crianças. E além disso, o jeito com o qual você utiliza esses termos também. Não é muito coerente elogiar alguém gritando e com os dentes cerrados, por exemplo. As palavras têm poder, o discurso também. Elas podem ensinar e ser um ótimo incentivo a seu filho, mas elas podem ferir gravemente também, principalmente  a autoestima deles. 

Recentemente escrevi um outro texto a respeito da autoestima das crianças, vale a pena conferir.

Comunicar sem agredir

Seja educado com seus filhos, ao ponto de que se você ou outro alguém for rude com eles, eles entendam que isso não é correto. Caso contrário, elas correm o risco de crescer e se acostumar a ter pessoas gritando com elas. Ensine seus filhos a expressarem o descontentamento ou a frustração com outra pessoa através do diálogo e não da depreciação ou xingamento. Afinal, esse tipo de comportamento é aprendido e ele poderá repetir isso com as outras pessoas também.

Dicas aos pais

Listei abaixo sugestões sobre frases que são mais interessantes para serem usadas com as crianças, e também expressões que não são bem vindas. Acredito que com elas as suas chances de ser mais efetivo no diálogo com seus filhos aumentam. Use as “palavrinhas mágicas”: obrigada, por favor, com licença, por gentileza, etc.. Elas facilitam qualquer diálogo. Evite expressões do tipo: “porque eu quero”, “porque eu estou mandando”, “agora e pronto”. E se conseguir, expulse de vez do seu dicionário aquelas pequenas ameaças, por exemplo: “se você não guardar seus brinquedos eu vou jogar eles no lixo”!

Está enfrentando problemas para conduzir diálogos mais assertivos e sem violência com os filhos? Buscar auxílio de um profissional pode ser um ótimo jeito de melhorar a comunicação entre vocês. Procure apoio profissional. Agende seu horário.

Até breve,

Tamara do Nascimento

Psicóloga 

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