Quando se trata de escola todos sabem o quanto ela é, não só um espaço muito importante para o aprendizado das crianças, mas também para o desenvolvimento social delas. Aprender a conviver com outras crianças, desenvolver habilidades sociais, criar vínculos e amizades, são algumas das coisas que fazem parte do mundo escolar. Porém na Pandemia da Covid-19 tudo isso se tornou mais difícil. 

O afastamento dos colegas

Um dos principais impactos é que com a aula em modo virtual, as crianças passam muito menos tempo em contato com seus colegas. Sendo que na maioria das vezes, virtualmente, nem conseguem trocar ideias, contar histórias ou brincar de maneira eficiente. A escola, dentro das limitações do novo modelo, se resignou a ser mais ensino, e menos espaço de socialização. Assim, as crianças tiveram um considerável afastamento de seus colegas.

Manutenção dos vínculos

São  raras as crianças que mantiveram o mesmo contato com os amigos da escola de modo virtual. Apesar de ser útil, a tela cansa, falha e é mais impessoal. Os adultos têm maior facilidade de ficar tempo longe dos colegas e retomar a relação. Mas ainda assim sabem que nem sempre e nem com todos isso funciona bem. Para as crianças, isso se torna mais desafiador ainda. Elas têm uma noção de tempo diferente da do adulto e precisam de maior intensidade no contato com as demais crianças. Quando o colega fica muito tempo longe, a tendência é haver uma fragilidade nesse vínculo ou mesmo ele se romper. 

Sintomas emocionais nas crianças 

Essa falta de contato com seus pares é bastante difícil para a criança. Até porque muitas não têm contato com outras crianças fora da escola. Por vezes, moram em apartamentos e não conhecem os vizinhos, não tem primos próximos, ou nem tem primos. A falta de alguém de idade próxima para conversar e para brincar, com interesses semelhantes, pode trazer alguns prejuízos. Muitas crianças podem apresentar sintomas emocionais, tais como aumento da irritabilidade, do mau humor, do isolamento, choro frequente, desânimo, entre outros.

O que os pais podem fazer?

As crianças buscam por conexão, atenção e troca. Então o que os pais podem fazer nesse período? Primeiro é fundamental estar disponível para os filhos, mostrar interesse por eles e pelas coisas que fazem. Separar um tempo para estar com as crianças, tentar aprender a jogar o que eles gostam, ouvir sobre o que interessa a eles. Ter um tempo de qualidade com eles, preferencialmente sem o celular por perto. Os pais nunca substituirão os amigos, mas se a criança tiver tempo de qualidade com os pais, ficará mais fácil aguentar a ausência dos amigos. 

Outras dicas

Mesmo com apoio dos pais é natural que depois de um tempo, as crianças podem se sentir desmotivadas. Marcar encontros com os amigos das crianças, mesmo que num primeiro momento de maneira virtual, pode ser uma boa ideia. Incentivar eles a retomar o interesse e curiosidade por esses amigos, quem sabe perguntando sobre eles e buscando ajudar a criança a pensar novas formas de ficar perto, mesmo que distante fisicamente.  Conversar e acolher o sentimento delas é bastante importante também. Faz parte do processo de isolamento social ter sentimentos negativos, e é importante que as crianças tenham adultos por perto que as entenda e ajude nesse momento difícil e atípico. 

E você, tem percebido essa dificuldade com as crianças na sua casa? Como tem enfrentado esse momento? Conta aqui nos comentários.

Até mais,

Tamara do Nascimento 

Psicóloga 

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