O universo da fonoterapia traz sempre como foco principal a comunicação. Dentre os principais motivos pelos quais uma família procura um fonoaudiólogo, certamente as dificuldades comunicativas estão entre as primeiras. Porém, quando falamos em comunicação, nós fonoaudiólogos não estamos nos referindo apenas àquela que acontece através da fala, mas sim à toda forma de comunicação que possa ser representativa.

Quais as formas de comunicação que existem?

A comunicação pode ser realizada por diferentes meios, como a fala, o uso de gestos, os símbolos, a escrita, etc. Para que um indivíduo possa se comunicar por estes meios ele necessita desenvolver a linguagem receptiva e expressiva. Hoje quero conversar com vocês sobre a linguagem receptiva.

Linguagem receptiva, do que se trata e quais são seus pré-requisitos

A linguagem receptiva é entendida como a capacidade de a criança compreender o meio e o outro através do que ouve ou do que lê, unindo o significado das palavras em seus diferentes contextos. Mas para que a criança consiga compreender faz-se necessário que ela desenvolva alguns pré-requisitos.

Aprender a localizar sons, olhar para  o outro quando este está a produzir sons, olhar para imagens que são indicadas pelo interlocutor, olhar para o interlocutor quando este chama a criança pelo seu nome, olhar para um brinquedo que está próximo ou longe quando isso é indicado pelo interlocutor, responder interrompendo sua ação a um comando verbal do adulto, atender a comandos como “dá”, executar uma instrução de rotina podendo esta envolver ações no próprio corpo, são alguns dos pré-requisitos para o desenvolvimento da linguagem receptiva.

Muito antes de começar a falar, a criança deve conseguir usar o olhar, a expressão facial e o gesto para comunicar-se com os outros. Aos poucos, a criança desenvolve também a capacidade para discriminar os sons da fala. A aprendizagem do código linguístico baseia-se no conhecimento que a criança vai adquirindo do mundo ao seu redor, sendo resultante da interação bastante complexa entre capacidades biológicas, inatas e estimulação ambiental (Feldman et al., 2005; Nogueira, Fernández, Porfírio & Borges, 2000; Olds et al., 2004).

Como a linguagem receptiva se manifesta

Linguagem verbal é um comportamento, sendo assim o adulto que acompanha o desenvolvimento de uma criança pode perceber se a criança olha para as expressões faciais do outro, se chora ou sorri diante das situações que envolve o meio ou o outro, se usa gestos e por fim, se emite sons ou palavras quando solicitado. 

O desenvolvimento da linguagem receptiva é necessário para que a linguagem expressiva possa vir em momento posterior.

Isso acontece no primeiro ano de vida da criança que chamamos de ano da compreensão, e no segundo ano, ou seja, após 12 ou 14 meses a linguagem expressiva surge, dando início ao ano da expressão que será construído quantitativa e qualitativamente nos próximos anos de vida da criança.

Sabendo agora do que trata a linguagem receptiva, fique atento ao desenvolvimento da comunicação da sua criança. Se existirem dúvidas sobre a criança estar ou não se desenvolvendo dentro do esperado para a sua faixa etária, não hesite em procurar a orientação de um fonoaudiólogo.

Nós do Evolvere temos uma equipe de profissionais preparada para tirar suas dúvidas.

Até o próximo post,

Fabiane Klann Baptistoti 

Fonoaudióloga

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