Nessa época estamos acostumados a fazer o fechamento de tudo o que realizamos no ano. Fechamos os estudos, terminamos um livro, fazemos um balanço da vida. Na vida clínica não é diferente.

Nessas últimas semanas que antecedem o recesso terapêutico revisitamos as metas planejadas para cada paciente, e nesse momento também discutimos com cada família todas as orientações repassadas ao longo do ano e junto com eles realizamos o fechamento do ano terapêutico.

O desenvolvimento da criança no processo terapêutico

Nessa última conversa com os pais, nós terapeutas normalmente realizamos uma retrospectiva e avaliação do trabalho desenvolvido durante o ano. E como olhar o resultado do trabalho com ética e respeito ao outro?

Para que possamos ter clareza do resultado obtido precisamos avaliar todo o processo, os ajustes que precisamos fazer durante o processo e o que foi preciso repensar enquanto terapeuta. 

Precisamos lembrar que nossas metas são planejadas diante de demandas da família e dos colegas terapeutas, mas que acima de tudo há uma criança em desenvolvimento.

Diante desse pensamento devemos considerar como resultado não só aquilo que de fato aconteceu e que consideramos alcançado, mas também com o  que não foi alcançado.

Então não há fracasso terapêutico?

Não. Até mesmo o que não fora alcançado tem sua leitura positiva. A criança está a nos mostrar que almejamos uma meta muito alta para o momento.

Os objetivos que não foram atingidos são uma oportunidade valiosa da família, do terapeuta, da escola e de toda a rede de apoio repensarem suas práticas.

O que não foi alcançado precisa ser repensado, precisa ser redirecionado, ser realizado de outra forma. Pode servir de base para o próximo ano.

O receio das férias

Depois dessa conversa para fechar os “saldos”, os pais ficam normalmente nos questionam sobre como será o recesso. Eles acabam ficando com uma angústia de que esse “tempo” sem terapia trará prejuízo para a criança.

O que temos que compreender é que: o que fora aprendido, o que criou novas organizações neuronais, não será perdido. O tempo de férias é para observarmos as generalizações da aprendizagem.

Então nas férias a criança pode ficar sem estimulação? 

Não, neste período a criança poderá ser estimulada de uma forma diferente. Vocês pais continuarão a conversar com seus filhos, continuarão a brincar com eles, dando seguimento às orientações dadas pelos terapeutas e com isso a estimulação da linguagem como um todo continua a acontecer. Os ambientes e a rotina é que mudam. Por isso que é nas férias que podemos observar o processo de crescimento da criança.

Então caros pais, vamos curtir esse período de férias e descanso terapêutico com seus filhos, brincando muito, passeando e não esquecendo de dialogar com eles. Em breve todos nós estaremos de volta, prontos e reenergizados para  traçar novas metas e fazer um ótimo novo ano terapêutico.

Até breve,

Fabiane Klann Baptistoti 

Fonoaudióloga Clínica

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