O conceito dos primeiros mil dias, conforme já mencionado no blog anteriormente, é o período que se inicia após a concepção e vai até os dois anos de vida da criança, sendo uma janela de oportunidades para melhorar a saúde dos indivíduos, além de um conjunto de intervenções altamente efetivas para a prevenção de diversas doenças crônicas não transmissíveis. 

Após conversarmos sobre a alimentação durante a gestação e sobre o aleitamento materno, no post de hoje vamos falar sobre a importância da correta introdução alimentar nos bebês. 

A orientação para iniciar a alimentação complementar deve seguir os “12 passos para uma alimentação saudável” encontrados no manual do Ministério da Saúde (2019) sobre alimentação para crianças menores de dois anos – no qual veremos a seguir. 

Sendo evidente em todos os protocolos da Organização Mundial de Saúde e como conversado neste post a introdução alimentar deve iniciar-se apenas depois do 6º mês de vida do bebê. Além disto, a criança deve apresentar também sinais de prontidão, tais como, postura adequada, controle cervical, protrusão de língua, conseguir levar objetos até a boca, entre outros. O processo de introdução alimentar no momento ideal não é “frescura” e sim prevenção para doenças crônicas, como por exemplo, a alergia à proteína do leite de vaca. Na literatura não são encontradas evidências de que exista alguma vantagem na introdução alimentar precoce, no entanto, encontram-se muitos  esclarecimentos que esta prática possa ser prejudicial se iniciada antecipadamente sem a criança estar pronta. É importante ressaltar que a alimentação deve ser complementar ao leite materno e não substituí-lo nesse momento.

A introdução dos alimentos complementares deve, sobretudo, ser lenta e gradual. A família deve estar ciente que a criança tende a rejeitar as primeiras ofertas dos alimentos, pois tudo é novo: os utensílios, as informações sensoriais como consistência e sabor, entre outros aspectos. 

Por isso preparamos algumas orientações para te ajudar nesse processo com o seu bebê:

Quais são os passos para uma introdução alimentar saudável?

Passo 1 – Amamentar até dois anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até seis meses.

Passo 2 – Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, além do leite materno, a partir dos seis meses.

Passo 3 – Oferecer água própria para o consumo à criança em vez de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas.

Passo 4 – Oferecer a comida amassada quando a criança começar a comer outros alimentos além do leite materno.

Passo 5 – Não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança até dois anos de idade.

Passo 6 – Não oferecer alimentos ultraprocessados para a criança.

Passo 7 – Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família. 

• Passo 8 – Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de experiências positivas, aprendizado e afeto junto da família.

Passo 9 – Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com ela durante a refeição.

Passo 10 – Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família. 

Passo 11 – Oferecer à criança alimentação adequada e saudável também fora de casa.

Passo 12 – Proteger a criança da publicidade de alimentos.

O que as famílias precisam saber?

Como em todos os quesitos do desenvolvimento infantil, na introdução alimentar as crianças também apresentam respostas e reações diferentes uma das outras. Algumas delas se adaptam facilmente e aceitam bem novos alimentos, enquanto outras precisam de mais tempo, não devendo isto ser motivo de ansiedade para a família. 

No início da introdução alimentar, a quantidade que a criança ingere será pequena, pois  a capacidade gástrica do bebê é muito menor do que a de um adulto.  A família é responsável por o que, quando e onde ofertar os alimentos, mas, a criança que será responsável pela quantidade em que irá aceitar. Por isso é importante que cada papel seja respeitado nessa relação.

Sabores vivenciados nos primeiros meses de vida podem influenciar as preferências alimentares ao longo de toda a vida, uma vez que, o alimento se torna familiar para a criança desde o início da sua rotina alimentar. Boas escolhas nas ofertas de alimentos tem se mostrado cada vez mais evidentes para o adequado desenvolvimento infantil e o nutricionista poderá contribuir de forma eficaz e individualizada este processo tão importante na vida de uma criança.

Até breve,

Elisa de Espíndola

Nutricionista

2 respostas

    1. Olá, Gabi. Tudo bem? Infelizmente não conhecemos o conteúdo desse produto para conseguir opinar. Se você desejar nos enviar alguma dúvida sobre o desenvolvimento alimentar do seu bebê, teremos prazer em respondê-la. Obrigada por visitar nosso site!

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