Todos nós já ouvimos falar ou convivemos com uma criança que não consegue ficar parada: pula, corre de um lado para o outro, escala os móveis, e parece que está “ligada na tomada”. Geralmente também é desastrada, desatenta e se distraí por qualquer coisa. Não é raro que esse perfil de criança apresente dificuldade de aprendizagem e de relacionamento, que receba rótulo de rebelde, preguiçosa ou “cabeça de vento”… Todo esse conjunto de características acaba gerando a incompreensão de pais, amigos e professores, e por isso é tão importante a informação sobre o tema. Vamos conversar um pouco mais sobre o tão falado TDAH?

      O Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é classificado pela Associação de Psiquiatria Americana (APA) e caracterizado pela existência de três sintomas básicos: desatenção, impulsividade e hiperatividade física e mental. Costuma se manifestar na infância, e, em cerca de 70% dos casos o transtorno continua na vida adulta. Atualmente muitas crianças são rotuladas como hiperativas, quando na verdade são apenas crianças cheias de energia e vitalidade, em contrapartida, outras crianças que apresentam essa alteração tem os sintomas menosprezados e são cobradas por demandas das quais não conseguem dar conta, gerando alterações importantes de auto-estima e ansiedade. Mas como podemos diferenciá-las?

            INTENSIDADE E FREQUÊNCIA!

            O grande fator que devemos levar em consideração é a intensidade e a frequência desse padrão de comportamento. Deixando um pouco de lado o conceito de doença, podemos ver o TDAH como um funcionamento mental acelerado, inquieto, capaz de produzir ideias brilhantes, porém que se apresentam de maneira atrapalhada e amontoada. O diagnóstico médico é baseado no impacto negativo dessas características no desenvolvimento dessa criança, abrangendo questões emocionais, de aprendizagem e de interação social, e que acontecem de maneira contínua, sem associação direta com algum fator pontual (mudança de escola, separação dos pais, chegada de um irmão, etc). Além disso, existe um critério que não se enquadra no quadro de sintomas, mas tem sua relevância confirmada pelos estudos: histórico familiar positivo, o famoso fator genético.

            UMA MENTE CRIATIVA E A EXAUSTÃO DE UM CÉREBRO QUE NUNCA PARA!

Dentro dos quadros de TDAH ainda temos variações de sintomas, em alguns casos predomina a desatenção, em outros a hiperatividade e impulsividade. É um universo muito amplo que oscila entre a explosão de uma mente criativa e a exaustão de um cérebro que nunca para. Existem ainda aquelas crianças com comportamento TDA que não apresentam hiperatividade, mas jamais deixarão de apresentar uma forte tendência a dispersão.

TDAH E TERAPIAS

É de extrema necessidade que os terapeutas das mais diversas áreas, considerando psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo e tantos outros, tenham consciência do funcionamento cerebral de uma criança com TDAH. Geralmente essas crianças apresentam alterações importantes de aprendizagem devido, principalmente, a falta de atenção; na comunicação, devido a velocidade com que seu cérebro processa os pensamentos e se relaciona com o mundo externo; emocionais, por diversos fatores que influenciam e direcionam seu padrão de afetividade e relacionamento. Enfim, pais e terapeutas devem se informar e auxiliar essa criança a consolidar suas potencialidade e aprender a manejar da melhor maneira possível suas alterações/dificuldades.

Esse é apenas o início de uma longa caminhada de informações e discussões sobre o transtorno do déficit de atenção/hiperatividade, até breve!

Fonoaudióloga 

Jéssica Batista

CRFa 3-10287

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