Quando o assunto é desenvolvimento infantil, cada nova etapa é recheada de dúvidas e incertezas, e atualmente, com o acesso desenfreado a informações, muitas vezes os pais se sentem ainda mais confusos sobre qual o melhor caminho e com o que de fato devem se preocupar. Na maior parte das vezes as famílias que vivenciam dificuldades em relação à alimentação dos seus filhos não conseguem identificar o momento certo de procurar auxílio pois acreditam que estão passando por “uma fase”, e por mais preocupante que a situação pareça, permanecem por um longo período criando estratégias de “tentativa e erro” para tentar mudar a situação.

Realmente existem fases mais desafiadoras ao longo do desenvolvimento do seu filho quando falamos de alimentação: a introdução alimentar, o nascimento dos dentinhos, episódios de gripe (ou outros quadros respiratórios) e as otites (infecções auditivas) são os principais fatores que podem interferir de maneira evidente no padrão alimentar de uma criança. Pensando no surgimento de alguma dessas situações citadas acima, existe uma regrinha simples que é relacionada ao tempo que essa situação se prolonga. De maneira geral, consideramos que após o problema ser resolvido a criança deve voltar ao padrão de aceitação habitual em no máximo 15 dias, ou seja, a criança estava gripada e observamos uma diminuição na aceitação alimentar, após a resolução do quadro de gripe espera-se que em, no máximo 15 dias, ela já tenha retornado a aceitação habitual e essa questão não seja mais uma preocupação para os pais.

Quando temos relatos de dificuldades alimentares permanentes ou prolongadas, onde os pais já não conseguem fazer relação com algum fato específico que justifique esse padrão, ou até mesmo quando mencionam já terem utilizado várias estratégias e continuam observando uma piora durante as refeições, realmente deve ser realizada uma investigação mais direcionada.

Os quadros de seletividade alimentar possuem como principais características: aceitação alimentar repetitiva (sempre os mesmos alimentos), recusa por experimentar novos alimentos e falta de interesse pelas refeições e contextos alimentares. As crianças que apresentam esse diagnóstico necessitam de avaliação e intervenção especializadas, focando principalmente na relação dela com os alimentos e na rotina familiar. Estudos mostram que crianças seletivas na primeira infância tendem a manter, ou até mesmo intensificar os sintomas, ao longo dos anos se não recebem intervenção direcionada.

Agora que você já tem informações mais claras sobre a diferença entre seletividade alimentar e “fases desafiadoras” em relação a alimentação, fique atento e em caso de dúvidas procure um profissional capacitado.

Até breve!

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