O comportamento infantil em alguns momentos, traz várias dúvidas aos pais, sejam eles de primeira viagem ou não. As crianças podem desenvolver problemas emocionais e comportamentais da mesma forma que adultos, a única diferença está na forma com que elas expressam isso e, certamente, na identificação do problema.

No caso de transtornos de comportamento infantil ou abalos emocionais sérios, é muito difícil de percebê-los e analisá-los nas ações dos pequenos, pois na maior parte das vezes a forma de lidar é mais reativa. As crianças tendem a apresentar comportamentos de agressividade, quando chateadas ou abaladas, diferentemente de um adulto que pode ou consegue demonstrar suas frustrações com tristeza, profunda e desânimo. Sendo assim, um pai ou uma mãe precisa estar atento às respostas dos filhos ao mundo, uma vez que precisam traduzir a linguagem deles para o que chamamos de “estado emocional”.

Uma criança ainda está se desenvolvendo e aprendendo gradativamente, portanto dificilmente saberá dar nome às emoções, ainda que sinta todas elas como qualquer pessoa. Os pais, nesses casos, são os que melhor têm acesso e proximidade à vida dessa criança, porém estão muito envolvidos emocionalmente, o que pode impedi-los de perceber questões mais graves e importantes.

Um jeito muito útil de fazer isso é tentar construir diálogo com a criança, perguntando sobre seu dia na escola e suas atividades despretensiosamente, evitando o tom de cobrança. Isso vai criar um fluxo de conversa natural e a criança pode acabar compartilhando algumas coisas que não diria, se não fosse perguntada. Crianças também necessitam conversar e brincar, essas são as bases da sua comunicação e são os adultos que precisam estabelecer a ponte até elas. O BRINCAR é uma delas!

Através do brincar as crianças conseguem desenvolver habilidades emocionais importantes e também sentem-se seguras e confiantes para expor suas ideias e necessidades. Se as brincadeiras passam a ser mais violentas ou se as narrativas da criança começam a demonstrar uma perspectiva muito diferente, como triste ou agressiva, também é o momento de procurar alguém que possa traduzir melhor isso.

E, para além disso, elas ainda estão em fase de formação, o que as deixam muito mais observadoras do ambiente em que se encontram. Isso significa que a cabeça delas funciona como uma esponja que ainda está aprendendo a discernir o certo do errado, o bom do mau e aquilo que pode e o que não pode. Sendo assim, elas são influenciáveis, reproduzem comportamentos e, assim como os adultos, ficam vulneráveis às ações das outras pessoas, ainda que não seja intencional. Então, o ideal é que os adultos da vida dessa criança se preocupem em observá-la nos ambientes, acompanhando suas ações e, mais importante que isso, suas reações, além de dialogar constantemente com ela.

São pequenas ações que podem demonstrar os desconfortos, as insatisfações ou problemas emocionais que essa criança está constantemente enfrentando. Ela pode até não compartilhar esses sentimentos oralmente, mas seu pequeno corpo fala e muito, tanto através de gestos, quanto expressões faciais.

Espero que tenham aproveitado a leitura!

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