Um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento durante a infância são as brincadeiras, pois através delas podemos criar memórias afetivas. Brincar também auxilia o desenvolvimento psicomotor, a linguagem e o cognitivo da criança.

Em outros momentos já falamos aqui no blog sobre a importância do brincar (leia mais aqui). São atos simples que promovem desenvolvimento em diversas áreas, contribuem para o desenvolvimento muscular, permitem explorar a imaginação, auxiliam nas dificuldades alimentares e promovem a interação social. 

As alterações motoras e as dificuldades de socialização, talvez sejam, as principais causas da não participação da criança em atividades escolares, assim como na educação física e gincanas escolares, ou ainda em atividades cotidianas como festas de aniversário dos amigos. 

Diante dessa situação muitas crianças acabam se isolando e limitando seu círculo de amizade nesses ambientes e comumente são rotuladas como crianças timidas. 

A timidez é algo natural do ser humano, mas o isolamento social não!

Com a criação de novas tecnologias muitas conquistas foram alcançadas, mas também algumas coisas se perderam. Por exemplo, alguns anos atrás era muito comum observar grupos de crianças sentadas nas calçadas das ruas brincando ou apenas conversando. Hoje essas brincadeiras e socialização ocorrem muito mais através da internet e jogos onlines ou somente por ela. 

Por que a falta de brincar em grupo virou um problema?

É durante a infância que ocorre a socialização primária que a criança pode observar os comportamentos do grupo em que está inserido, conhecer outras formas da linguagem e entender regras básicas de convivência em sociedade. Quando a criança deixa de brincar em grupo o aprendizado está comprometido. 

Alguns estudos mostram que a aprendizagem acontece quando a criança realiza alguma atividade significativa para ela. Brincar é algo natural da infância e é nesse momento que a criança tem a liberdade de explorar a imaginação e vivenciar experiências. A soma dessas experiências influencia diretamente na construção das memórias, do aprendizado e no desenvolvimento da sua personalidade.

Brincar é a forma mais natural para aquisição de conhecimento e vai além da recreação. As brincadeira auxiliam no desenvolvimento da independência, autonomia, empatia, imitação, inteligência e criatividade. Promove interação social e fortalece laços entre pais e filhos. Diminui os riscos do sedentarismo, promove desenvolvimento muscular e psicomotor.  É também uma forma natural para aprender a respeitar regras e limites sem que a criança se sinta oprimida.

Nesse momento você deve estar se perguntando, mas a criança não faz isso na escola? 

Sim, a escola é um ótimo lugar para participação social e convivência com pares, mas para algumas crianças se torna mais difícil a socialização em meio a grupos maiores e com demandas pré determinadas, que é justamente o que acontece na escola. 

Quando está em pequenos grupos, a criança consegue perceber de forma mais clara como outra criança se coloca diante das situações, por exemplo, quando uma criança está com medo de realizar um salto e visualiza outra criança saltando por cima de determinado obstáculo que está no chão, automaticamente as crianças se incentivam, aquela que está com medo vê como a outra fez e tende a realizar também. 

Essa relação também ocorre de maneira diferente de quando existe uma criança e um adulto, pois teoricamente um adulto é capaz de realizar mais coisas, ou seja, podemos dizer que é mais corajoso quando precisa realizar um salto. 

Portanto, existe uma necessidade de interações em diferentes ambientes durante o desenvolvimento de uma criança. Todas as relações são importantes nesse estágio! Afinal de contas, as experiências e aprendizados adquiridos na infância podem trazer reflexos também na vida adulta. 

Até breve,

Grazielle Muniz Gobetti

Fisioterapeuta

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