A meditação tem origem nas filosofias orientais, que caracterizam uma forma particular de perceber e de portar-se no mundo.
Neste texto apresentarei outro aspecto da prática, indicando seu potencial como uma técnica capaz de produzir determinados benefícios, promovendo maior saúde física e mental, importantes para o campo da saúde em geral.
A técnica em si é baseada em métodos que envolvem a postura e o foco da atenção, capaz de gerar uma série de respostas físicas e psicológicas que permitem conduzir a mente para um estado de calma e relaxamento. Esse estado físico e mental pode auxiliar na prevenção de inúmeras condições, especialmente aquelas resultantes dos efeitos prejudiciais do estresse, da ansiedade, da insônia. Dessa forma, a meditação é uma atividade que pode ser eficiente em relação aos aspectos psicossomáticos, como a sensação de bem estar e de crescimento pessoal, além de melhorar o foco e a produtividade no trabalho ou nos estudos.
Para que tais efeitos ocorram, não há uma precisão de tempo. Embora pesquisas revelem que com alguns meses já se pode observar uma diferença significativa em determinados estados, também há estudos indicando que, quanto maior o tempo de prática, maior a intensidade e a permanência das respostas produzidas com resultados mais duradouros e estáveis na nossa personalidade.
A meditação pode ser praticada em diferentes ambientes como em casa ou no trabalho Listo abaixo algumas orientações para que você possa aprender a meditar sozinho, praticando diariamente as técnicas por 5 a 20 minutos, 1 ou 2 vezes ao dia. Mas caso prefira algo mais direcionado procure por aulas em locais apropriados com a ajuda de um instrutor.
1. Tire um tempo para praticar
Reserve 1 ou 2 momentos ao longo do dia para praticar. Pode ser ao acordar, para começar o dia com menos ansiedade e mais foco, no meio do dia, para descansar um pouco das tarefas, ou quando for se deitar, para acalmar a mente antes de dormir.
Um tempo de 15 a 20 minutos é o ideal, mas 5 minutos já são suficientes para iniciar e trazer para dentro de si os benefícios para a saúde e alcançar tranquilidade e foco.
Programe um despertador no seu celular para evitar a preocupação com o tempo.
2. Escolha um lugar calmo
Escolha um lugar onde você possa se sentar com tranquilidade. Pode ser uma sala, um jardim, um sofá, sendo possível também na própria cadeira do escritório, ou até mesmo no carro, depois de estacionar antes de ir para o trabalho, por exemplo.
O importante é que você possa estar, de preferência, em um ambiente tranquilo e com mínimo de distrações para facilitar a concentração.
3. Encontre uma postura confortável
A postura de lótus é a posição ideal para a prática da meditação, de acordo com as técnicas orientais, em que se permanece sentado, com as pernas cruzadas e com os pés sobre as coxas, logo acima dos joelhos, e com a coluna reta. Porém, essa posição não é obrigatória, sendo possível ficar sentado ou deitado em qualquer posição, inclusive em uma cadeira ou banco, desde que esteja confortável, com a coluna reta, ombros relaxados e pescoço alinhado.
Encontre um apoio para as mãos, que podem repousar no colo, com o dorso de uma sobre a outra, ou ficar uma em cada joelho, com as palmas para baixo ou para cima. Em seguida, mantenha os olhos fechados e permita que os músculos relaxem.
4. Controle a sua respiração
Dê uma atenção especial à respiração, utilizando os pulmões completamente. Faça uma inspiração profunda, puxando o ar, utilizando a barriga e o tórax, e realizando uma expiração lenta e prazerosa.
No começo pode ser difícil controlar a respiração, o que acontecerá com a prática. O importante é que seja confortável e sem forçar, para que não se torne um momento desagradável. Uma técnica que pode ser feita é contar até 4 na inspiração, e repetir esse tempo para a expiração.
5. Foque a sua atenção
Na meditação tradicional, geralmente um mantra ajuda a manter a atenção no foco, que pode ser qualquer som, sílaba, palavra ou frase que deve ser repetida várias vezes em voz alta ou pensado para que exerça um poder específico sobre a mente, e que ajude na concentração para a meditação.
O “om” é o mantra mais conhecido no Budismo e na Yôga, e tem o poder de trazer paz interior durante a meditação.
Mas também é possível ter outros tipos de foco para buscar a atenção plena, como uma imagem, melodia, sensações agradáveis, a própria respiração, algum pensamento positivo ou um objetivo que se deseje alcançar. O importante é que, para isso, a mente esteja calma e sem outros pensamentos.
É muito comum que surjam vários pensamentos durante a meditação. Nesse caso, não devemos nos apegar a eles, e sim deixá-los passar. Com o tempo e a prática, ficará mais fácil se concentrar e evitar os pensamentos.
Com a prática regular da meditação, é possível desenvolver um melhor controle dos pensamentos e manutenção do foco nas atividades, além de trazer outros benefícios, como auxílio no tratamento da depressão, controle do estresse e da ansiedade, diminuição da insônia, melhora do foco e do rendimento no trabalho e nos estudos, ajuda no controle da pressão alta, maior controle da glicemia no diabetes e também ajuda no tratamento de distúrbios alimentares e obsessivo-compulsivos.
Assim, mesmo sendo um técnica de tradições antigas orientais, a meditação é totalmente aplicável no dia-a-dia para melhorar o bem-estar e qualidade de vida.
Vamos meditar a respeito?!
Até o próximo post!
Claudia Morales Benedet
Profissional de Educação Física