Antes de iniciarmos o processo de alfabetização é necessário que se compreenda algumas etapas, entenda como ocorre esse processo e quais métodos utilizados para cada faixa etária, lembrando sempre que estamos falando de um processo desafiador, dinâmico e que envolve habilidades cognitivas e linguísticas de alta complexidade.

O processo de alfabetização consiste em preparar o indivíduo, de forma que consiga compreender a correlação letra e som e, por estas, denominamos grafema e fonema, e para que entenda que o código alfabético representa os sons da linguagem falada, ou seja, que as letras têm uma representação gráfica e sonora.

Mas quando se inicia o processo de alfabetização? Primeiro, precisamos saber que realizar a estimulação de maneira apropriada é essencial. Muitos estudos comprovam que a partir dos 5 a 6 anos, a criança já deve se apropriar do processo estruturado da alfabetização. Vale ressaltar, que crianças antes dessa idade também podem se alfabetizar, mas é necessário avaliar as condições de maturidade e o desenvolvimento dessa aprendizagem.

Por isso, todas as habilidades preditoras dos 0 a 4 anos de idade devem estar bem definidas. A criança desde cedo deve ser colocada em contato com os recursos da linguagem escrita e falada, ampliando seu repertório de vocabulário, ouvindo histórias e mantendo relação entre os pares, principalmente da mesma faixa etária. A partir dos 4 anos, já podemos trabalhar, de forma lúdica e interessante, a escrita do nome, o contato com as letras do alfabeto de diferentes formas, cantigas e habilidades que estão diretamente relacionados aos conceitos de princípio alfabético e consciência fonológica.

A criança que entende como funciona o alfabeto, reconhece a forma, o nome e o som de cada letra, tem uma boa consciência de princípio alfabético e distingue a diferença entre o sistema oral e escrito da língua. Nesta, também está inserido o conceito de impressão, que é quando a criança compreende que as grafias ocorrem da esquerda para a direita, de cima para baixo e que tem início e fim.

A consciência fonológica é a capacidade de ouvir e manipular os sons da fala, refletindo sobre os segmentos sonoros das palavras orais. E quando falamos de relação letra e som não estamos nos referindo ao BA-BE-BI-BO-BU, mas sim nos sons dos fonemas /b/ /a/. Trabalhar com consciência fonológica envolve cinco habilidades:

• Rima: reconhecer as semelhanças sonoras no fim das palavras;

• Aliteração: reconhecer as semelhanças sonoras no início das palavras;

• Consciência das palavras: perceber que quando falamos, estamos pronunciando palavras;

• Consciência silábica: reconhecer e identificar que as palavras são formadas por associação de sílabas;

• Consciência fonêmica: habilidade de ouvir e utilizar a unidade de som da fala, ou seja, o fonema.

Dessa forma, a decodificação fonológica, ou seja, interpretar o grafema em fonema para ler e o fonema em grafema, para escrever, consiste na aprendizagem principal da alfabetização. E as competências relacionadas ao processo de leitura e escrita permitem introduzir o sujeito na participação ativa da vida social e cultural.

Atenção: devemos saber que a criança aprende primeiro o processo de leitura, mas não que ela seja mais fácil, pois ambas demandam habilidades complexas. Porém, a leitura trabalha com mecanismos cognitivos menos elaborados, com base em pressupostos perceptuais, enquanto que a escrita necessita também de pressupostos motores.

Espero que tenham gostado!

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