O espelhamento ou escrita espelhada de letras e números é uma situação comum entre crianças na fase inicial do processo de alfabetização. Espera-se que, com o progresso no desenvolvimento da leitura e escrita, no amadurecimento e aprimoramento das habilidades esperadas, elas consigam superar essas trocas. Conforme aperfeiçoam a coordenação viso-motora e avançam na qualidade dos movimentos finos para a escrita, é possível que as inversões sejam cada vez mais esporádicas.

Os aspectos do espelhamento em si, que acompanham algumas crianças até os 7 anos de idade, não são um alerta de preocupação, pois entende-se que o estudante está adquirindo as habilidades necessárias para a leitura e escrita. Contudo, se após essa faixa etária, a escola e família observam com constância o movimento de escrita espelhada, pode ser um indicativo de alguma dificuldade específica ou transtorno de aprendizagem. Por isso, é recomendável uma avaliação com profissional especializado para desconsiderar ou detectar as possíveis dificuldades.

Essa criança que continua a espelhar letras e números frequentemente, apresenta dificuldades também no processo de leitura, escrita ou em outras áreas acadêmicas e qualquer preocupação com esses desvios, deve ser analisada com uma atenção individual, de forma preventiva e com empatia. Uma intervenção precoce, caso necessário, exerce um papel fundamental para as barreiras pedagógicas e para o sucesso do processo de aprendizagem. Os profissionais especializados proporcionam técnicas próprias e específicas para auxiliar nas dificuldades relacionadas ao espelhamento e, se for o caso, apresentar como indicativo de alguma dificuldade ou transtorno específico de aprendizagem, como é o caso da Dislexia.

A Dislexia como um Transtorno Específico de Aprendizagem – atualização no novo DSM-5 TR – é uma condição neurológica que afeta as habilidades de decodificar a linguagem escrita, acarretando prejuízos na leitura, escrita e ortografia. Não pode ser curada, mas estratégias de enfrentamento podem ser aprendidas.

Promover espaços adequados e com recursos baseados em estímulos visuais e de atividades práticas, podem ser benéficos para superar o espelhamento de forma mais imediata. Sugiro que sejam propostas que envolvam jogos, desenhos, prática de escrita em tamanhos e fontes maiores, com cores de fundo.

Esteja atento! Pais, professores e equipe escolar precisam analisar cuidadosamente o progresso da criança. Caso o espelhamento esteja na fase de prevalência e seja algo decrescente com o tempo, possivelmente não se tornará um motivo de preocupação. Caso contrário, deve-se considerar uma avaliação especializada.

Aproveitem a leitura!

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