O desenho ou grafismo infantil é a primeira forma de escrita da criança. Por meio dele, ela manifesta a sua intencionalidade de comunicação, expressão e criatividade. Como forma de compreender o desenvolvimento infantil, os desenhos devem ser vistos para além de um processo criativo, pois transmitem informações do processo de aprendizagem nos aspectos social, motor, cognitivo e emocional.


Entender a importância do ato de desenhar, das suas fases e as vantagens para o desenvolvimento da criança é uma forma de compreender como o mundo é visto por elas. Enquanto desenha, a criança vivencia diferentes rabiscos, explora utensílios e brinca, exprimindo seus sentimentos, ideias e desejos.
O grafismo ou desenho infantil é constituído por fases denominadas por Viktor Lowenfelde como:
1° Estágio – Garatuja, que por sua vez subdivide-se em: garatuja desordenada, ordenada e nomeada.
2° Estágio – Figuração Pré – Esquemática
3° Estágio – Figuração Esquemática
4° Estágio – Figuração Realista

Segundo o autor, no 1º estágio, que acontece por volta de 1 ano e meio, a criança surpreende-se ao identificar que ela pode deixar sua marca segurando um lápis, caneta ou qualquer outro material. Ela não tem a intencionalidade de escrever ou desenhar, apenas a satisfação de realizar traços. A partir dos 2 anos, na etapa da garatuja ordenada, a criança passa pelo período de execução proposital. Ela já analisa e desfruta de suas criações e adiciona maiores detalhes como círculos, quadrados, etc. Por fim, em média no terceiro ano de vida, o desenho passa a ser nomeado, o tempo de produção é maior e a criança atenta-se mais aos detalhes.

No 2º estágio, aproximadamente entre os 4 e 6 anos, surgem reproduções mais próximas da realidade, progredindo para contornos mais reais, com significados, onde já é possível identificar a figura humana de maneira simbólica. Ao longo desta fase de Figuração Pré – Esquemática a criança ainda não discrimina a extensão e grandeza dos objetos e pode retratar excessos e/ou ausências em seus desenhos.

Entre os 7 e 9 anos, durante a fase esquemática, a criança evidencia um conceito mais definido de forma, demonstrando noções espaciais e expressando sua visão em relação ao meio social. Já reproduz o chão como linha base, colocando o que achar necessário sobre ele.

No último estágio, por volta dos 10 anos, a criança desenha com riqueza de detalhes tudo o que vê. Ela acrescenta sombras para dar noção de ângulo e ótica, reflete nos seus desenhos o tamanho real das coisas, pois entende-se como um ser complementar na vida social, e inicia o reconhecimento das suas concepções acerca do mundo.

Ao longo de todos esses anos, ao percorrer cada estágio, o desenho reproduzido pela criança sofre intervenção do meio em que vive, e está vinculado ao ambiente em que a criança está introduzida. Propiciar ambientes e recursos que favoreçam diferentes experiências é tarefa fundamental no ambiente familiar, escolar e social, pois quanto maior for o estímulo desta habilidade maior será a evolução dentro das fases do grafismo infantil e isto perpetuará para a formação do ser humano.

Até a próxima!

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