O brincar ocupa um lugar significativo no processo de aquisição da linguagem. Também tem papel importante na formação emocional e cognitiva de todo indivíduo. Ele é visto como uma atividade que evolui simultaneamente com o desenvolvimento da criança, validando as ações e dando significado à brincadeira.

Na brincadeira simbólica ou faz de conta, o objeto perde sua funcionalidade real e ganha novas funções através da imaginação, quando isto ocorre a criança tem o domínio da função simbólica. As representações são diversas, ora a criança é uma princesa, ora ela representa o pai ou a mãe, dá novas funções aos objetos explorando constantemente a sua criatividade e é através dessas representações que o pensamento da criança evolui.

Para as crianças com o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) é possível observar dificuldade em simbolizar, havendo restrição e repetição no brincar, impedindo o desenvolvimento de habilidades de reciprocidade social. Devemos então, oportunizar o faz de conta nas intervenções fonoaudiológicas e orientar a família a ter este momento lúdico em casa para ampliar o repertório de brincadeira. Também é importante lembrar que ao brincar simbolicamente serão desenvolvidos esquemas de ação que contribuem para a aquisição do entendimento da criança com TEA em relação ao ambiente ao qual ela está exposta.

Quais são os objetivos ao incluirmos a brincadeira simbólica na fonoterapia?
A brincadeira simbólica desperta a comunicação com outras crianças e adultos, favorecendo o desenvolvimento da linguagem. Na fonoterapia é possível observar o desenvolvimento e aquisição em muitas habilidades necessárias para a comunicação durante a brincadeira simbólica, abaixo destaco algumas delas:
– intenção comunicativa;
– imitação verbal e gestual;
– interação social;
– contato visual;
– aspectos cognitivos;
– compreensão de ações cotidianas;
– evocação de situações passadas;
– resolução de problemas.

Compreendendo a importância da brincadeira simbólica para o desenvolvimento da linguagem, é relevante o fonoaudiólogo observar a individualidade de cada criança para melhor conduzir seu plano terapêutico com intervenções que asseguram a participação, o interesse e o engajamento da criança na sua sessão. As brincadeiras, objetos e brinquedos precisam ser do interesse da criança e a partir disso ampliar o repertório que ela já possui. A participação dos pais se faz importante para o processo terapêutico da criança e contribui efetivamente no bom desempenho da fonoterapia.

Se sua criança realiza alguma intervenção, peça orientação para contribuir no processo terapêutico, dando continuidade aos objetivos em casa. Além disso, também é de extrema importância o brincar simbólico para o desenvolvimento da linguagem para todas as crianças, estando estas em intervenção ou não.

Agradeço sua leitura!

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