É comum aparecer questionamentos e dúvidas referentes ao processo de desenvolvimento da linguagem, principalmente quando a aquisição fonológica está de acordo com a idade cronológica em que a criança se encontra, ou seja, quando não há trocas na fala e ela se mantém na terapia fonoaudiológica. “Ela fala tudo certo, mas continua na fono”. Essa é uma das falas que ouvimos vinda de pais, professores, familiares e etc. A comunicação efetiva e funcional em crianças não está associada apenas a articulação correta dos fonemas, mas a um conjunto de fatores que influenciam diretamente em sua forma de se expressar e consequentemente se relacionar com os demais.

É durante o desenvolvimento linguístico que a criança compreende as regras referentes aos aspectos semântico, fonológico, morfossintático, pragmático, além das habilidades orais de narrar, argumentar e explicar. Este tema é bastante amplo e dentre eles ainda permeiam outros que também se inter-relacionam.

Após avaliar e constatar que a criança mesmo na ausência de trocas na fala possui algum atraso referente aos aspectos citados, esta deve permanecer em fonoterapia para desenvolver as habilidades necessárias para aprimorar a sua comunicação.

Muitos fatores são importantes e imprescindíveis para esse desenvolvimento e devemos considerar o contexto ao qual essa criança está inserida como familiar, educacional e social.

É de extrema importância orientarmos os pais e educadores que desde o primeiro ano de vida do bebê devem oportunizar ambientes que proporcionem o ouvir e usar a linguagem, tratando a criança como parceira de conversa. Trazendo experiências de interação e potencializando o desenvolvimento da linguagem. Muitas crianças não têm experiências suficientes e apesar da capacidade cognitiva ser um fator relevante, as habilidades linguísticas precisam ser estimuladas no contexto que esta criança está inserida.

O fonoaudiólogo tem o conhecimento tanto do desenvolvimento típico fonológico (aquisição dos fonemas), quanto dos marcos do desenvolvimento da linguagem na infância e é o profissional capacitado para avaliar, diagnosticar e intervir nesses casos. Deve-se considerar a singularidade de cada criança e cabe ao profissional fonoaudiólogo do caso a responsabilidade pelo método escolhido em suas intervenções, realizar os devidos encaminhamentos, assim como, o mesmo deve orientar os responsáveis, a equipe pedagógica e interdisciplinar, se houver, tirando as dúvidas que podem surgir neste percurso.

* Neste texto nos referimos à crianças que usam a linguagem oral como a sua comunicação funcional, pois a variação da comunicação pode ocorrer de acordo com a necessidade de cada indivíduo, como por exemplo, a comunicação efetiva para o sujeito surdo é a LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais.

Agradeço sua leitura!

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